
30 de novembro de 2007 | 17h20
Os parentes de 16 reféns seqüestrados pelas Farc receberam entre sorrisos e lágrimas os vídeos que trazem provas de vida de seus entes queridos divulgados nesta sexta-feira, 30. Em alguns casos, as imagens são as primeiras a serem vistas em mais de quatro anos. Veja também: Exército colombiano acha prova de vida de reféns Colômbia querFrança como mediadora Assista às imagens de Betancourt e outros reféns (BBC) Especial: Tensão na América do Sul O presidente colombiano, Alvaro Uribe, celebrou as imagens, mas manifestou tristeza por não haver notícias sobre todos os seqüestrados, que, segundo grupos não-governamentais, podem passar de 500. Os cinco vídeos e sete cartas trazidas à tona nesta sexta-feira foram descobertas na quinta, 29, depois que o Exército prendeu três suspeitos de pertencer às redes urbanas das Farc. A informação foi tornada pública pelo comissário de paz colombiano, Luiz Carlos Restrepo. Nesta sexta, o procurador-geral colombiano, Mario Iguarán, confirmou tratar-se de "provas de sobrevivência" dos reféns, informou a France Presse. "Essas interceptações estão devidamente respaldadas, o que permitiu as capturas e a divulgação desse material que poderíamos chamar de provas de sobrevivência", disse Iguarán, referindo-se à legalidade das investigações que levaram aos vídeo e cartas. Legais ou não, o fato é que além de expressarem alegria por rever seus entes queridos, a maioria dos familiares dos reféns pediram ao presidente que volte a negociar com as Farc para a libertação dos cativos. O material é datado de janeiro e outubro de 2007. Ainda segundo Iguarán, os detidos - um homem e duas mulheres - eram seguidos há pelo menos 15 dias devido a interceptações de e-mails e ligações. Entre os reféns que aparecem no vídeo está a ex-candidata à Presidência da Colômbia Ingrid Betancourt. Em um dos vídeos, Betancourt, que também tem a nacionalidade francesa, aparece sentada em uma cadeira de madeira na floresta, aparentemente acorrentada, magra e com o cabelo muito comprido. Ela está sob o poder da guerrilha desde 2002. De acordo com Juan Carlos Lecompte, marido da ex-candidata, em uma das cartas ela agradece a todas as mensagens de solidariedade que recebeu. Também aparecem nos vídeos os americanos Keith Stansell, Marc Gonsalves e Tom Howes, capturados em 2003. A mãe de Gonsalves, Jo Rosano, disse acreditar que os vídeos e cartas haviam sido reunidos como parte das "provas de vida" dos reféns exigidas pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, durante seu período como mediador entre o governo colombiano e a guerrilha. A atuação de Chávez foi encerrada por Uribe, que não tolerou a iniciativa do presidente do país vizinho de contactar diretamente o comando do Exército colombiano.
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