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Farc criticam presidente colombiano por ação militar em meio a negociações de paz

Atualização:

A guerrilha colombiana Farc criticou na quinta-feira o presidente Juan Manuel Santos por manter ações ofensivas contra a insurgência, em uma atitude considerada contrária à boa sintonia das negociações de paz que estão em curso para colocar um fim no sangrento conflito armado. O governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) iniciaram em Havana, em meados de novembro, um processo de paz, o primeiro em mais de uma década, com o qual buscam uma solução negociada para o confronto que já deixou milhares de mortos e incalculáveis perdas econômicas à nação nas últimas cinco décadas. "Em contraste com nossa atitude de humanidade, o presidente Santos anuncia que intensificará a guerra em todo o território nacional; uma insensatez que não está em sintonia com o clamor majoritário da nação", afirmou o negociador-chefe das Farc, Iván Márquez. Em meados de novembro, as Farc anunciaram seu primeiro cessar-fogo unilateral em uma década, com um prazo até 20 de janeiro de 2013, em uma surpreendente decisão que eles argumentaram estar dirigida para facilitar as negociações de paz com o governo. Santos, no entanto, manteve-se firme em continuar com as operações militares contra os rebeldes até que seja firmado um acordo final, enquanto colocou em questão a trégua unilateral da guerrilha. "Cumprimos, hoje, um mês de cessar-fogo unilateral das ações defensivas contra a força pública e a infraestrutura econômica", ressaltou Márquez. "As Farc silenciaram seus fuzis e conseguiram cercar de tranquilidade as negociações de paz. Oferecemos de todo o coração aos colombianos este Natal em paz", enfatizou. Além do tema agrário ser o primeiro ponto da agenda de paz, o diálogo -sob o princípio de que "nada está acordado até que tudo esteja acordado"-, inclui garantias para o exercício da oposição política, fim do conflito armado, solução do narcotráfico e indenização às vítimas do confronto. (Reportagem de Nelson Acosta)

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