Farc entregarão corpos de reféns no sábado, diz governo

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A principal guerrilha esquerdista da Colômbia vai entregar no sábado os corpos de 11 deputados regionais mortos no cativeiro após anos de sequestro, disse na quinta-feira o presidente Álvaro Uribe. As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) se comprometeram a entregar os corpos depois de anunciar a morte dos reféns, no final de junho, mas até agora não o fizeram alegando problemas de segurança. Em um ato oficial, Uribe disse ter recebido a informação de que os rebeldes entregarão os corpos em 1o de setembro, e comentou: "Eles os mataram em 18 de junho. Que aconteceu com esses cadáveres? Bendito seja meu Deus!" Os deputados mortos faziam parte de um grupo de 60 reféns que as Farc tentam trocar por centenas de guerrilheiros presos. Eles haviam sido capturados em abril de 2002 na Assembléia Legislativa de Cali por um grupo de guerrilheiros disfarçados de soldados. "Nós não temos informação nesse sentido, mas seguimos trabalhando com discrição para conseguir recuperar os corpos", disse à Reuters um porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. A guerrilha diz que os reféns foram mortos num ataque de uma guarnição militar não-identificada ao cativeiro em que eram mantidos no meio da selva. Já o governo diz que as Farc os executou em meio a um combate entre duas colunas guerrilheiras na selva, por erros de comunicação e coordenação. A Cruz Vermelha recebeu no começo de julho uma solicitação da guerrilha para receber os cadáveres dos políticos, e desde então mantém gestões para esse fim com autorização do governo. A imprensa diz que a entrega acontecerá perto da localidade de Caloto, departamento do Cauca, uma zona montanhosa no sudoeste do país, onde durante anos houve presença da guerrilha. Há mais de um mês, as Farc aceitaram que uma comissão forense internacional investigue as circunstâncias da morte dos deputados. Mas, de acordo com especialistas, a demora na entrega dos cadáveres dificulta a atuação dos legistas, já que o processo de decomposição apaga evidências científicas. Em poder das Farc continuam outros 49 reféns, inclusive a ex-candidata a presidente Ingrid Betancourt, três norte-americanos, um ex-governador e vários militares e policiais. Alguns já estão há quase dez anos no cativeiro. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chega na sexta-feira à Colômbia para se reunir com Uribe e tenta promover um acordo humanitário para a troca de reféns por presos das Farc.

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