Fariñas e outros 22 são detidos por seis horas em delegacia de Cuba

Dissidente disse foi preso quando participava de um protesto contra despejo de uma mulher grávida

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Atualização:

Fariñas é um dos mais famosos dissidentes cubanos.

 

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HAVANA - O dissidente cubano Guillermo Fariñas, agraciado no ano passado pelo Parlamento Europeu com o prêmio Sakharov, permanecer detido por seis horas em uma delegacia da cidade de Santa Clara entra a quarta e a quinta-feira, informou o próprio opositor.

 

Em conversa telefônica da sua casa em Santa Clara, Fariñas explicou que foi detido por agentes da polícia cubana junto a outras 22 pessoas por "escândalo público" quando participavam de um protesto pelo despejo de uma mulher grávida e mãe solteira de dois filhos que se instalara em um imóvel abandonado.

 

A maior parte dos detidos são membros do Fórum Antitotalitário Unido, liderado por Fariñas em Santa Clara, e da Coalizão Central Opositora, além de outros quatro cidadãos que não pertencem a organização dissidente alguma, segundo o relato do também psicólogo e jornalista independente.

 

Fariñas explicou que a mulher que estava sendo despejada pediu ajuda aos grupos de direitos humanos de Santa Clara, que acudiram para prestar assistência a ela. Centenas de pessoas, segundo o dissidente, participaram do protesto.

 

Na sequência, agentes da política detiveram Fariñas e outras 22 pessoas e os conduziram a diversas dependências policiais da região.

 

O dissidente cubano afirmou que não foi maltratado durante a detenção, detalhou que emitiram uma "ata de advertência" contra ele e que, após a detenção de cerca de seis horas, foi levado para casa em um carro da polícia.

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Em 24 de fevereiro, depois da morte do opositor detido Orlando Zapata Tamayo após 85 dias de jejum, Guillermo "Coco" Fariñas iniciou uma greve de fome para exigir a libertação dos prisioneiros políticos mais doentes.

 

A greve durou até 8 de julho, depois de o governo cubano ter anunciado seu compromisso em libertar 52 dissidentes do Grupo dos 75.

 

A detenção desta quarta-feira, 26, foi a primeira de Guillermo Fariñas após sua última greve de fome. Antes desse jejum, o dissidente também havia sido detido durante o sepultamento de Orlando Zapata.

 

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