
21 de março de 2010 | 23h40
Efe
SANTA CLARA- O dissidente cubano Guillermo Fariñas, em greve de fome hás 26 dias, afirmou ter recebido neste domingo, 21, a visita de um oficial de segurança do governo que o pediu que abandone seu jejum, a quem respondeu que continuará com a greve, e que nada o fará desistir.
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Fariñas disse à Efe que o major Héctor de la Fe, primeiro enviado do governo que o visita, o comunicou que o Ministério do Interior está "muito preocupado" com sua saúde, devido às sequelas de 22 greves de fome anteriores.
O psicólogo e jornalista de 48 anos conversou com a Efe por telefone da unidade de terapia intensiva do hospital Arnaldo Milián Castro, em Santa Clara, 270 km a leste de Havana, onde foi internado no último dia 11, após sofrer um segundo desmaio.
Fariñas parou de se alimentar em 24 de fevereiro para pedir ao regime castrista a liberação de 26 presos políticos doentes, um dia depois da morte do opositor Orlando Zapata, que ficou 85 dias em greve de fome por melhores condições nos cárceres cubanos.
Segundo o dissidente, ele respondeu ao major que pede "menos que a União Europeia", porque só pede "a liberdade de 26", enquanto o bloco pede a de todos os presos políticos cubanos (cerca de 200, segundo a oposição).
"O militar não deu esperanças de nenhum tipo", acrescentou o opositor, e afirmou que tiveram "uma conversa muito profissional, sem nenhum tipo de atrito".
"Finalmente fizemos um acordo e terminamos falando de beisebol, porque somos fanáticos pela equipe Villa Clara", brincou Fariñas.
O dissidente também anunciou que está pronto para se casar com sua parceira há 21 anos, Clara Pérez.
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