16 de julho de 2010 | 19h40
Fidel é aplaudido ao final de reunião no Ministério de Relações Exteriores
HAVANA- O líder cubano Fidel Castro levou seu alerta a uma iminente guerra nuclear à Chancelaria cubana nesta sexta-feira, 16, onde explicou as razões para sua terrível previsão em sua quinta aparição em público em apenas dez dias.
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O ex-ditador se reuniu por mais de meia hora com embaixadores cubanos para discutir "os graves perigos" que a humanidade corre se houver um ataque contra o Irã e a Coreia do Norte, de acordo com a imprensa oficial da ilha.
Fidel afirmou que as pressões enfrentadas pelo Irã neste momento "são uma cópia do que fizeram a Mohamed Mossadegh", ex-primeiro ministro iraniano que, segundo o ex-ditador, foi derrubado por um golpe de Estado apoiado pelos Estados Unidos e outras potências ocidentais quando empreendeu uma política de nacionalização dos recursos do país na década de 50.
Fidel Castro, que estava afastado da vida pública desde que adoeceu em 2006, reapareceu pela primeira vez desde então em 7 de julho, no Centro Nacional de Investigações Científicas (CNIC). No dia 12, concedeu entrevista a um programa da televisão estatal, e dois dias depois visitou o Centro de Investigações da Economia Mundial (CIEM).
Ontem, o líder que fará 84 anos em agosto visitou o Aquário Nacional, e hoje voltou a surpreender a população com sua visita e reunião no Ministério de Relações Exteriores.
Apesar de sua doença tê-lo obrigado a delegar o poder a seu irmão, Raúl Castro, Fidel continua politicamente ativo como primeiro secretário do Partido Comunista, o único oficial da ilha, e escrevendo suas "Reflexões", colunas de opinião que geralmente versam sobre assuntos internacionais.
Sua reaparição coincide com o momento marcado por um processo de libertação de 52 presos políticos acordado entre seu irmão e a Igreja Católica do país.
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