
21 de abril de 2009 | 11h30
Castro também ridicularizou a Organização dos Estados Americanos (OEA), organismo que suspendeu seu governo comunista em 1962.
"Não me explicaram a causa da euforia que expressam alguns dos participantes da Cúpula em Puerto España", afirmou Fidel em uma coluna divulgada perto da meia-noite no site www.cubadebate.cu e difundida nesta terça-feira pela imprensa oficial.
"Fiz um grande esforço e li a famosa Declaração de Compromisso, aprovada por esse 'Encontro das Américas'", afirmou o ex-líder em um texto intitulado "Sonhos Delirantes".
O governo comunista da ilha é o único do continente americano que não participa da OEA nem das cúpulas de presidentes do hemisfério ocidental. Os Estados Unidos mantêm um embargo econômico à ilha há 47 anos.
"Algum milagre deve ter acontecido, pensei. A pedra filosofal foi descoberta", ironizou Fidel, que foi substituído na Presidência do país há pouco mais de um ano pelo seu irmão, Raúl Castro.
Essa foi a segunda coluna que Fidel publicou após o encerramento, no domingo, da reunião de cúpula de Trinidad e Tobago, onde os líderes regionais pediram ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que ponha fim ao embargo que pesa sobre Havana desde 1962.
"Por acaso a OEA é garantia de soberania e integridade para os povos da América Latina? Sempre! Interveio alguma vez nos assuntos internos de um país hemisférico? Nunca!", afirmou Castro usando uma figura de linguagem para criticar a entidade.
Em seus artigos, o ex-presidente, por outro lado, não fez referência às recentes declarações de seu irmão Raúl, feitas na semana passada, de que está pronto para conversar com Washington sobre "tudo", inclusive presos políticos e direitos humanos.
(Reportagem de Nelson Acosta)
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