
10 de julho de 2009 | 19h50
Chávez, que apoia o mandatário deposto Manuel Zelaya, opõe-se ao mecanismo de negociação que permite aos Estados Unidos resolverem a crise política no país centro-americano, chamando-o de "aborto de Washington" e classificando como indigno que um governo legítimo se reúna com quem o destruiu.
"Fidel (Castro), por exemplo, disse algo que é muito certo. 'Essa reunião na Costa Rica está abrindo a porta para uma onda de golpes de Estado que caminham para a América Latina'", citou o presidente numa coletiva de imprensa com correspondentes estrangeiros.
O militar reformado, que diz conduzir uma "revolução socialista", afirmou que as oligarquias atacam a Alternativa Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba, na sigla em espanhol), pelo lado mais fraco (Honduras) e logo lutará contra os governos da Guatemala, Nicarágua, Bolívia e até Venezuela.
"Agora é Chávez, o fantasma de Chávez que tem andado por todas as partes", disse, referindo ao fato de ser ele próprio considerado uma ameaça ideológica como antes era o comunismo.
Vários países da região têm denunciado a ingerência de Caracas ao ressaltar candidatos de esquerda nas eleições presidenciais, incluindo suposto financiamento de campanhas.
O mandatário também assegurou que tem provas de que pode haver um golpe de Estado na Guatemala dentro de um mês.
Chávez e seus aliados no continente têm como meta a volta de Zelaya ao poder, porque afirmam não reconhecerem nenhum governo fora do mandato oficial, até que se realizem eleições em novembro, conforme estava marcado.
Nesta sexta-feira, o presidente da Costa Rica, Oscar Arias, reuniu-se a sós com Zelaya e o presidente interino, Roberto Micheletti, tentando mediar o conflito e deixando uma comissão de negociação instalada.
Segundo Chávez, qualquer golpista da América Latina poderia tentar legitimar-se solicitando diálogo com Arias.
(Por Patricia Rondón Espín)
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