O Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou nesta quarta-feira, 27, dois empréstimos no valor total de US$ 114 milhões ao Haiti, a maior quantia que chegará ao Governo após o grande terremoto.
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Os fundos "estarão nas mãos das autoridades na sexta", disse à imprensa a chefe para assuntos do Haiti da instituição financeira, Corinne Delechat.
A ajude consiste em um empréstimo de emergência de US$ 102 milhões sem nenhuma condição pré-estabelecida, e um crédito de US$ 12 milhões já previsto como parte de um acordo de assistência aprovado em novembro de 2006.
O Governo haitiano pretende usar o empréstimo extraordinário para comprar equipamentos de informática e de telecomunicações para retomar suas funções, segundo Delechat.
Além disso, destinará parte do dinheiro a reconstrução de hospitais e escolas, que tiveram 90% de seus edifícios destruídos pelo tremor.
O diretor gerente do FMI,Dominique Strauss-Kahn, prometeu o empréstimo ao Haiti dois dias após o terremoto, mas para seu desembolso era necessário a ratificação do Conselho Executivo, que representa os países membros da entidade.
Organizações humanitárias criticaram o Fundo por enviar um crédito ao Haiti, ao invés de uma doação. Strauss-Kahn respondeu que aprovar uma doação poderia tomar mais tempo e trâmites, e que o empréstimo será perdoado se eventualmente os doadores aceitarem o cancelamento de toda a dívida da nação caribenha.
Delechat comentou que há "boa vontade" no FMI, nas outras instituições internacionais e países doadores para chegar a um acordo sobre os US$ 1,2 bilhões que somam a dívida externa do Haiti.
O empréstimo de US$ 102 milhões é sem interesses e a amortização só começará daqui a cinco anos e meio. Neste ano, contudo, o Haiti terá que pagar cerca de US$ 860 mil ao FMI pela dívida já contraída com a organização.