
17 de dezembro de 2009 | 17h15
Beltrán Leyva, conhecido como "chefe dos chefes", recebeu uma saraivada de tiros na quarta-feira à noite num condomínio de luxo na cidade turística de Cuernavaca. Seis seguranças dele também morreram no confronto.
Trata-se de uma importante vitória para o governo, que assistia impotente nos últimos meses ao aumento da violência relacionada ao tráfico de drogas e a uma redução nas prisões.
Calderón, que está em Copenhague para a cúpula climática da ONU, elogiou a operação. "A inteligência é uma arma eficaz e poderosa na luta contra o crime organizado", disse.
O cartel de Beltrán Leyva é um dos seis que disputam o controle do tráfico de cocaína no México, numa guerra que já matou 16.000 pessoas desde que Calderón tomou posse, no final de 2006, e mobilizou as Forças Armadas para reprimir a violência relacionada às drogas.
Apesar da presença de 49 mil soldados em todo o país, as mortes entre quadrilhas dispararam neste ano, atingindo 7.000, e atrocidades como torturas e decapitações são comuns, ameaçando a imagem do México como um destino estável para turistas e investidores.
Imagens da operação policial mostraram o corpo ensanguentado de Leyva no chão do apartamento, cercado por vidro estilhaçado.
Forças de elite da Martinha mexicana mataram o traficante ao invadir sua residência, cujos aposentos estavam cheios de fuzis, roupas novas e itens como um álbum de família, uma bíblia, botas de pele de crocodilo e pratos de frutas.
Beltrán Leyva dirigia um cartel no noroeste do México e é o traficante mais importante já morto pelas forças mexicanas desde que o chefe do cartel de Tijuana, Ramon Arellano Felix, foi morto em 2002, durante o governo de Vicente Fox.
Chamado de "botas brancas" por causa de suas botas de caubói, ele desfrutava da proteção de policiais corruptos na Cidade do México e nos estados vizinhos.
"Essa é uma vitória para Calderón em curto prazo, mas a posição (de Leyva) será preenchida rapidamente", disse Alberto Islas, um analista de segurança da Cidade do México. Ele prevê mais violência conforme os cartéis rivais tentarem assumir o território de Leyva.
Havia uma recompensa de 2,4 milhões de dólares pela captura de Leyva no México, onde ele era procurado por crime organizado e sequestro.
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