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Forte terremoto no Peru deixa centenas de mortos

Por JEAN LUIS ARCE
Atualização:

O forte terremoto que atingiu o Peru na noite de quarta-feira deixou centenas de mortos, em um dos piores desastres naturais dos últimos anos no país, disse o governo nesta quinta-feira. Horas depois do terremoto e enquanto as equipes de resgate trabalhavam em busca de sobreviventes, os números de vítimas divulgados variavam de 100 a 300 mortos. O Instituto Nacional de Defesa Civil (Indeci), que lidera os trabalhos de resgate, disse em comunicado que o número de mortes passava de 330. Já o ministro da Saúde, Carlos Vallejos, informou que o tremor provocou pelo menos 115 mortes. O terremoto, que segundo o último relato oficial teve magnitude de 7,9, aconteceu às 18h40 (20h40 em horário de Brasília), com epicentro a 145 quilômetros a sudeste de Lima, a 40 quilômetros de profundidade, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). O presidente do Peru, Alan García, transmitiu pela televisão local uma mensagem de condolências às famílias das vítimas. Segundo o site do Indeci, 337 pessoas morreram e 827 ficaram feridas. "Infelizmente já temos cifras oficiais. Antes tínhamos rumores, mas agora já são números confirmados", disse à Reuters Luiz Palomino, chefe do Indeci, por telefone. "Há casas que caíram totalmente, as vias também estão ruins...as pessoas estão dormindo nas ruas. É um panorama realmente bastante desolador", disse o ministro da Saúde na emissora estatal de televisão. Segundo autoridades, os piores danos aconteceram na província de Canete, ao sul de Lima, e nas províncias de Pisco e Chincha, na região Inca, a 300 quilômetros da capital. "Eu estava com os meus filhos quando começou o movimento, e aí vi as paredes caindo. Minha casa está sem condições. O hospital me emprestou uma barraca para que meus filhos possam dormir", disse à Reuters Milagros Meneses, 35 anos, que trabalha em um hospital de Canete. A estrada Panamaricana Sul, que liga Lima a Inda, está com alguns trechos interditados por causa dos buracos causados pelo tremor. Em Lima, canais locais de televisão mostraram imagens de desmoronamentos, vidros quebrados e incêndios. Os edifícios de escritórios da capital balançaram durante pelo menos 20 segundos e muita gente saiu correndo para as ruas. Diversas regiões de Lima e do sul do país registraram cortes de fornecimento de energia e comunicações. O governo decretou alerta vermelho em todos os hospitais do país e estado de emergência em Inca. O presidente ordenou a suspensão das aulas como medida preventiva, devido ao mau estado de algumas escolas. Depois do terremoto, o Centro de Alertas de Tsunami do Pacífico emitiu um aviso para Peru, Equador, Chile e Colômbia, que depois foi cancelado. Em 1970, cerca de 50.000 pessoas morreram durante um terremoto que provocou uma avalanche de gelo e barro que enterrou o povoado de Yungay, ao norte de Lima. (Com reportagem adicional de Terry Wade, Teresa Céspedes, Ricardo Serra e María Luisa Palomino)

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