
05 de outubro de 2009 | 20h34
Fujimori, condenado em abril a 25 anos de prisão por violação dos direitos humanos, recebeu na semana passada sua última sentença - seis anos de prisão - pelas acusações que resultaram na sua extradição do Chile há dois anos.
O advogado César Nakazaki disse que o início de novos processos seria uma tentativa de frustrar a candidatura a presidente da filha Keiko Fujimori nas eleições de 2011.
"Acho que sim, em algum momento vamos enfrentar mais algum caso pela extradição," disse Nakazaki a jornalistas estrangeiros.
A procuradoria peruana prepara novos pedidos de extradição que têm de ser aprovados pelo governo de Alan García antes de serem submetidos ao Chile, que teria de autorizar a ampliação dos processos contra o ex-presidente, de 71 anos.
O caso mais emblemático pelo qual Fujimori foi condenado é a chacina de 25 pessoas durante a "guerra suja" entre militares e guerrilheiros esquerdistas nos primeiros anos do seu governo, na década de 1990.
No Peru, no entanto, as sentenças não são cumulativas, e apenas a pena maior é cumprida.
Nakazaki disse que as autoridades cogitam até 60 novos processos contra Fujimori no Peru. "Acho que vai depender de como o fujimorismo avançar nas pesquisas," afirmou.
Keiko Fujimori atualmente está entre as líderes nas pesquisas para a eleição de 2011. Ela já disse que poderá indultar seu pai caso seja eleita.
Analistas dizem que Fujimori se declarou culpado no processo final, encerrado na semana passada, para evitar a exposição das acusações contra si e não prejudicar a candidatura da filha e herdeira política.
(Reportagem de Patricia Vélez)
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