Dados de diversas organizações que monitoram os gastos bélicos dos países indicam que a América do Sul é uma região cada vez mais armada. Segundo o Centro de Estudos Nueva Mayoría, em 2008 os países da região gastaram US$ 51,1 bilhões em defesa, 30% a mais do que em 2007. A Rede de Segurança e Defesa da América Latina estima que foram US$ 48 bilhões.
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Mas esses organismos indicam que o volume dos gastos em defesa poderiam ser amplamente superiores, pois em casos como o da Venezuela, as aquisições de armamento não são contabilizadas dentro dos orçamentos oficiais, mas em orçamentos secretos.
Segundo a Rede de Segurança, a Colômbia gastou 10,7% de seu orçamento nacional com segurança. No Equador, os gastos consomem 9,3%. O Chile destinou 8,4% e a Venezuela, 5,2%. O Brasil dedicou somente 3,1%, na frente apenas da Bolívia, com 2,4%.
Ajuda à Colômbia
A Unasul, criada há pouco mais de um ano com o objetivo de ser um fórum de discussão sobre política e segurança sul-americana, passará nesta cúpula de Bariloche por um teste crucial de sobrevivência.
O cientista político argentino Claudio Fantini disse ao Estado que é correta a posição do governo brasileiro de estimular a criação do Conselho de Defesa Sul-Americano, "por meio do qual a região poderia definir suas próprias políticas de segurança".
Segundo Fantini, desta forma, a América do Sul se livraria da "complicada presença militar dos EUA", além de possibilitar à Colômbia "aquilo que nunca antes a região ofereceu: apoio na luta contra o narcotráfico e seus braços armados".
"O Brasil sabe que não pode exigir que o presidente Álvaro Uribe prescinda do elemento de dissuasão das forças americanas sem exigir ao mesmo tempo que os governos da Venezuela e do Equador acabem com seus laços com a guerrilha."