
29 de setembro de 2010 | 22h33
CARACAS- O governo da Venezuela pediu nesta quarta-feira, 29, que os repórteres que são correspondentes estrangeiros trabalhem apegados à "ética jornalística" e que não atuem como "mais um ator político" do país, após uma discussão na segunda entre uma jornalista de um meio colombiano e o presidente Hugo Chávez.
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A rádio RCN, por sua vez, defendeu em um comunicado a correspondente Andreína Flores, que também trabalha para a Rádio França Internacional (RFI), após as críticas do governo chavista.
Durante um encontro com a imprensa internacional nesta segunda após as eleições legislativas do domingo, Chávez reagiu asperamente a uma pergunta sobre a lei eleitoral local de flores, que queria saber porque o PSUV tinha mais cadeiras na Assembleia se a oposição conseguiu mais votos.
A Associação de Imprensa Estrangeira (APEX, na sigla em espanhol) pediu hoje que o Poder Executivo tivesse "respeito" aos correspondentes após a discussão.
Segundo o Ministério de Comunicações do país, existe na Venezuela "uma liberdade de expressão irrestrita", e Chávez fez "uma crítica respeitosa a uma questionadora tendenciosa", no uso de um "direito que todo cidadão tem, inclusive o presidente da República".
O Ministério disse esperar que "a APEX não se preste a participar da vida nacional como mais um ator político, mas sim que seus membros desenvolvam seu trabalho de todos os dias com total respeito às instituições e à ética jornalística".
Segundo o órgão, o governo fez "essas declarações no marco da discussão democrática, sem tomar, em nenhum caso, ações contra jornalistas. Não é prática do presidente nem do governo que dirige".
RCN
A emissora, uma das maiores da Colômbia, afirmou hoje em comunicado ter considerado a pergunta "pertinente, interessante do ponto de vista jornalístico para nossa audiência e sem nenhum objetivo diferente ao de levar informação pontual aos ouvintes".
A rádio também questionou que o Ministério de Comunicações tenha tachado a pergunta como "tendenciosa": "não compartilhamos esse qualificativo, como tampouco os questionamentos às motivações de nossa correspondente (...)".
"Esperamos que, como aponta o ministério em seu comunicado, ela seja tratada como jornalista e sem nenhum tipo de restrição ao seu trabalho, concluiu a RCN.
Com Efe
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