Governo de facto de Honduras impede ida de Zelaya ao México

Micheletti nega salvo-conduto para presidente deposto, que pediu para ser recebido no país latino-americano

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Por Efe e Reuters
Atualização:

A tentativa do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, de deixar a embaixada brasileira em Tegucigalpa e abrigar-se no México foi abortada na madrugada desta quinta-feira, 10, após o governo de facto cancelar a concessão de um salvo-conduto para ele deixar o país.

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especial Cronologia da crise em Honduras Segundo Zelaya, o governo de Roberto Micheletti exigiu que ele renunciasse ao cargo para poder deixar o país. "O regime tirou um documento da manga como condição para minha saída", disse.

 

De acordo com o chanceler do governo de facto, Carlos López,  uma solicitação de salvo-conduto feita pelo México foi rejeitada, mas a possibilidade de concedê-lo segue em aberto.

 

"O salvo-conduto foi negado pela forma como foi feita a solicitação e pela falta de qualificação jurídica do tipo de asilo que lhe pretendiam conceder", explicou López à imprensa local. "Isso não representa um ponto final por parte do governo, estamos dispostos a examinar (a solicitação) sempre e quando, claro, forem cumpridos os devidos requisitos".

 

O governo mexicano divulgou uma nota oficial no final da noite de ontem na qual dizia que tenta atender a uma solicitação do presidente de Honduras, José Manuel Zelaya Rosales, para ser recebido no México".

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Segundo a chancelaria mexicana, as negociações contam "com o apoio de países amigos e de alguns políticos hondurenhos, com o propósito de obter as garantias de segurança necessárias, mediante um salvo-conduto, para que o presidente Zelaya possa deixar a embaixada do Brasil em Tegucigalpa", onde está refugiado desde o dia 21 de setembro.

 

Zelaya sofreu um duro golpe na semana passada quando o Congresso hondurenho votou que ele não poderia voltar ao poder.

 

A administração de facto de Honduras quer que Zelaya receba asilo político em outro país, o que restringiria suas atividades.

 

Mas Zelaya rejeitou o asilo, preferindo um status que lhe desse mais liberdade para fazer campanha pelo seu retorno.  Ele disse a uma rádio hondurenha que quer ir ao México como "hóspede", mas "de maneira nenhuma isso é um pedido de asilo ou pedido para abrir mão do posto que detenho".

 

Honduras escolheu um novo presidente, Porfirio Lobo, em eleições realizadas em 29 de novembro, mas muitos países ainda não reconheceram a votação, embora ela estivesse marcada bem antes do golpe. Lobo deve tomar posse em janeiro.  

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