O governo de facto de Honduras informou nesta terça-feira, 29, à Organização dos Estado Unidos (OEA) que entre terça e quarta vai retirar o decreto executivo que instaurou o estado de sítio do último final de semana.
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Uma representante da OEA está no país desde domingo, 27, com a função de facilitar as conversas entre o governo de facto e os aliados do presidente Manuel Zelaya. Ele também acompanha as reuniões entre os representantes da sociedade civil, Igreja e setores empresariais com vistas à eleição de novembro.
Micheletti havia dado indícios de que recuaria em relação ao estado de sítio ainda na segunda-feira, menos de 24 horas depois de decretá-lo. Após um encontro com o presidente do Congresso Nacional, José Saavedra, e representantes de quatro partidos, o presidente interino pediu desculpas à população pelas drásticas medidas e informou que o submeteria a decisão à avaliação da Corte Suprema e do Tribunal Superior Eleitoral, já que o estado de sítio inviabilizaria a realização das eleições de 29 de novembro.
Anunciado na noite de domingo, o decreto provocou reações no Congresso, em especial dos partidos Nacional e União Democrática. O presidente do Comitê para a Defesa dos Direitos Humanos, Andrés Pavón, aliado de Zelaya, entrou com uma acusação contra o governo de facto no Ministério Público após a invasão dos meios de comunicação e apresentou à Corte Suprema uma ação de inconstitucionalidade contra o decreto.
Também na segunda-feira, o governo de Micheletti voltou atrás sobre a decisão de não aceitar a delegação da OEA no país. Anteriormente, o presidente interino havia ordenado a expulsão de quatro representantes do órgão que tentavam desembarcar em Honduras, mas a chancelaria anunciou que convidou a representação da OEA a visitar o país no dia 7.