MADRI - A presidente da região de Madri, Esperanza Aguirre, qualificou nesta segunda-feira, 19, de "escândalo sem precedentes" que o governo da Espanha "negue" os vistos de trabalho e de residência aos dissidentes cubanos que chegaram à Espanha e que "apenas" lhe foram dado "uma camisa e uma gravata".
Aguirre disse que, mesmo que os governos espanhol e cubano tenham concordado em não dar a essas pessoas o status de refugiados políticos e preferem considerá-los imigrantes, o que não pode, em sua opinião, é negar-lhes a permissão de residência e trabalho para que possam viver dignamente na Espanha.
"Me parece um escândalo sem precedentes", considerou a presidente regional.
Enfatizou que "estes senhores saíram das prisões cubanas com o uniforme de presidiário que carregavam em Cuba e lhes puseram um camisa e uma gravata, apenas", para serem enviados à Espanha.
Acrescentou a respeito que o governo da Comunidade de Madri está "completamente focado em ajudar estas vítimas da repressão e da tirania castrista em tudo o que puder fazer" por eles.
Até agora são onze os dissidentes cubanos libertados pelo regime de Castro que chegaram à Espanha, junto a alguns de seus familiares, em virtude do acordo alcançado entre o governo da ilha e a Igreja Católica cubana, com a mediação do Ministério de Assuntos Exteriores da Espanha.
Espera-se que nessa manhã cheguem a Madri outros nove dissidentes, também libertados segundo o compromisso de colocar me liberdade um total de 51 presos políticos do chamado "Grupo dos 75", na prisão desde 2003, em um prazo de quatro meses.