O plenário do Congresso da Bolívia iniciou nesta segunda-feira, 13, a sessão para debater em detalhe, artigo por artigo, o projeto de lei eleitoral pactuado entre o governo e a oposição, que permitirá realizar eleições gerais no dia 6 de dezembro. A sessão começou após as 19h (20h de Brasília), uma hora depois de ter sido anunciado o acordo entre o partido do presidente Evo Morales, o Movimento ao Socialismo (MAS), e as forças da oposição em torno dos mais de 70 artigos do texto.
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A lei eleitoral é necessária na Bolívia para poder realizar o pleito estipulado na nova Constituição para 6 de dezembro, no qual o presidente Evo Morales concorrerá à reeleição. O presidente faz greve de fome há cinco dias, uma medida apoiada por dois mil pessoas no país todo para exigir à oposição que libere a aprovação da norma eleitoral. O governo não informou se, com o acordo com a oposição, o presidente mantinha a greve.
A comissão de concertação, integrada por parlamentares governistas, opositores e membros do governo conseguiu finalmente pactuar um texto após mais de 24 horas de trabalho ininterrupto na última rodada de negociações. O debate sobre a lei eleitoral se encontrava bloqueado desde quarta-feira passada no Congresso Nacional pelas divergências entre governistas e opositores em relação ao texto.
Uma das principais exigências dos opositores era a elaboração de um novo censo de eleitores para evitar a fraude, um compromisso que o presidente e a Corte Eleitoral Nacional acabaram assumindo. O anúncio de um novo censo abriu caminho para o acordo e permitiu também o consenso em outros aspectos polêmicos, como o sistema de repadronização, a cota de representação das minorias indígenas no Congresso e a regulação do voto dos bolivianos no exterior.