O governo de facto em Honduras disse que adiou as negociações planejadas para esta quarta-feira, 22, em busca de uma solução para a crise política no país e que aguarda uma nova proposta do presidente da Costa Rica, o mediador Oscar Arias, segundo afirmou o chanceler interino hondurenho, Carlos Lopez.
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O ministro de Relações Exteriores disse que o governo autoproclamado permanece aberto ao diálogo, mas não deixou claro quando iniciaram as negociações. O presidente deposto, Manuel Zelaya, prometeu voltar ao país a partir desta quinta-feira se nenhum acordo for alcançado nesta quarta.
"Estou esperando uma nova proposta de Arias para seguir trabalhando. Tenho instruções do presidente (de facto Roberto) Micheletti para seguir as negociações", afirmou o chanceler. A segunda rodada de negociações naufragou no último domingo, quando as duas partes não chegaram a um acordo sobre o retorno de Zelaya ao poder, o que o governo de facto considera inaceitável. Arias pediu mais 72 horas para mediações e o prazo acaba nesta quarta-feira.
López disse que a comissão decidiu não viajar perante a emissão, na segunda-feira, de uma declaração da Corte Suprema de Justiça (CSJ), que reiterou que Zelaya foi afastado por um mandato judicial e "não pode voltar a assumir a Presidência da República". "Isso é uma barreira", disse López, que informou que, na terça-feira, enviou a Arias um "documento de trabalho" que "estava subordinado a que houvesse consentimento por parte dos três poderes do Estado" hondurenho nas decisões.
Vilma Morales, ex-presidente da CSJ, reafirmou que o retorno de Zelaya "é o ponto" conflituoso do diálogo e que outros aspectos de uma proposta que Arias apresentou no fim de semana depende de vários organismos do Estado. No entanto, a ex-magistrada afirmou que "a mediação continua" e que a delegação de Micheletti "está disposta" a viajar à Costa Rica para conhecer uma nova colocação que, segundo versões de imprensa, Arias deve apresentar nesta quarta.