Centenas de comerciantes e compradores haitianos impedidos de entrar em Dajabón
DAJABÓN, REPÚBLICA DOMINICANA- Haitianos protestaram nesta segunda-feira, 25, contra a suspensão do mercado binacional entre seu país e a República Dominicana devido a epidemia de cólera que assola o Haiti. Policiais e membros da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) reprimiram as manifestações com gás lacrimogêneo.
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Os manifestantes se reuniram nos arredores do rio Masacre, fronteira natural entre os dois países, e jogaram pedras contra o portão que separa a localidade haitiana de Ouanaminthe da dominicana de Dajabón para exigir a abertura do mercado que acontece nas segundas e nas sextas.
O incidente não deixou feridos, mas dois dos organizadores dos protestos foram presos, de acordo com o cônsul haitiano em Dajabón, Jean Baptiste Bien Aimé.
O funcionário haitiano lamentou as manifestações e as atribuiu a compatriotas que desconhecem a realidade atualmente vivida no Haiti. Segundo informações oficiais, a epidemia de cólera já deixou 259 mortos no país.
Aimé reconheceu que a República Dominicana tem o direito de tomar medidas necessárias para proteger sua população, mas disse que as autoridades não notificaram com antecedência a suspensão do mercado livre de hoje.
A governadora de Dajabón, Esther Ramírez, garantiu à imprensa que também não recebeu nenhuma informação sobre a medida.
O diretor provincial do Ministério de Saúde Pública, Rafael Salas, declarou a jornalistas que a suspensão é de caráter oficial e foi adotada para proteger os dominicanos da cólera.
As autoridades de migração dominicanas só permitirão a entrada de estudantes e de haitianos com visto dominicano após a adoção de medidas de higiene, como lavagem de mãos nos pontos estabelecidos pelo Ministério de Saúde.
A República Dominicana não registrou nenhum caso de cólera até agora. Foi instalada no país uma unidade para diagnosticar a doença.