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Hondurenho que chamou Obama de 'negrinho' deixa o governo

Ministro diz que EUA pediram sua saída; Casa Branca diz que não tem contato com líderes que não reconhecem

Por Reuters
Atualização:

O ministro de Governança e ex-chanceler do governo interino de Honduras, que se referiu ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, como "um negrinho que não sabe onde fica Tegucigalpa", deixou o governo interino na terça-feira alegando pressões dos Estados Unidos. A porta-voz da embaixada dos EUA em Tegucigalpa, Chantal Dalton, negou as pressões sobre as autoridades que assumiram o país após o golpe de Estado, acrescentando que seu país não mantém contato com um governo que não reconhece.

 

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Enrique Ortez renunciou na semana passada ao cargo de ministro das Relações Exteriores depois de seus comentários sobre Obama, e foi nomeado ministro de Governança e Justiça. Ortez disse em comunicado que se demitiu por "pressões da Embaixada dos Estados Unidos da América ante nosso povo e governo, direta e indiretamente, junto a certos países da Alba", numa referência ao bloco de países esquerdistas liderado pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez. O presidente interino Roberto Micheletti, aceitou a renúncia de Ortez.

 

A derrubada do presidente Manuel Zelaya por militares em 28 de junho recebeu uma ampla condenação internacional, incluindo a dos Estados Unidos, que nesta semana suspendeu os programas de ajuda militar a Honduras e ameaçou cancelar outros fundos de ajuda ao país num volume de até 180 milhões de dólares.

 

"Considerando que a minha presença como ministro de Governança poderia significar o cancelamento da ajuda externa, de que tanto necessita nosso povo, decidi declinar da honrosa designação", disse Ortez a jornalistas. O governo de fato de Honduras disse que apresentou um pedido de desculpas a Washington pelos comentários ofensivos de Ortez em relação a Obama.

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