06 de julho de 2009 | 19h34
O presidente deposto de Honduras, José Manuel Zelaya confirmou na Nicarágua, onde se encontra, que viajará na noite desta segunda-feira, 6, para Washington, e que na terça irá se reunir com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton. A viagem acontece após sua tentativa mal sucedida de retornar a Honduras, no domingo.
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Mais cedo, os Estados Unidos descartaram uma possível reunião com uma delegação do novo governo hondurenho em Washington, que teria o objetivo de estabelecer diálogo com a Organização dos Estados Americanos (OEA). "Não sabemos nada sobre essa delegação, mas se representa o 'regime de fato', o Departamento de Estado não se reunirá com ela", porque se trata de um governo que os EUA não reconhecem, disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ian Kelly.
O governo interino de Honduras fechou nesta segunda o aeroporto de Tegucigalpa, após ter bloqueado a pista no domingo para impedir o regresso do presidente. A aeronave fez então uma escala em Manágua e depois seguiu para El Salvador. Pouco depois da notícia da decolagem do avião que traria Zelaya de volta, milhares de simpatizantes do presidente deposto começaram a se dirigir ao aeroporto na tentativa de recebê-lo e houve confronto entre manifestantes e soldados. Duas pessoas morreram.
O Departamento de Estado dos EUA anunciou que a administração do presidente Barack Obama permanece comprometida com a restauração da ordem democrática em Honduras, e deplorou o uso da força contra os partidários de Zelaya. O objetivo dos EUA continua sendo conseguir a restauração da ordem democrática em Honduras, o que significa o "retorno do presidente democraticamente eleito a Tegucigalpa", insistiu Kelly.
O presidente de facto de Honduras, Roberto Micheletti, reiterou nesta segunda que não negociará até que "as coisas voltem ao normal". "Nós ficaremos aqui até que o país se acalme. Nós somos os autênticos representantes do povo", disse.
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