
17 de abril de 2008 | 15h44
O presidente do Equador, Rafael Correa, disse na quinta-feira, 17, que qualquer incursão das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em seu território será considerada "uma ação de guerra" e será repelida, em uma medida que busca marcar distâncias dos guerrilheiros e do conflito interno colombiano. A declaração inédita do líder nacionalista marca uma mudança na postura do país, que tradicionalmente considerava a utilização do território equatoriano por parte das Farc uma violação territorial ou um ato ilegal, mas não uma ação bélica. Veja também:Marco Aurélio diz que Chávez é 'o único canal' com as Farc Seqüestrador de Ingrid envia pedido de desculpas a Sarkozy Conheça a trajetória de Ingrid Betancourt Por dentro das Farc Entenda a crise Histórico dos conflitos armados na região Correa lançou a advertência em um momento no qual o presidente colombiano, Álvaro Uribe, o acusa de ter uma política permissiva com as Farc, considerada pela Europa e pelos Estados Unidos como uma facção terrorista. "Se encontrarmos patrulhas ou acampamentos da guerrilha em solo equatoriano, isso será considerado uma ação de guerra e responderemos", disse Correa a correspondentes estrangeiros, aos quais também assegurou desconhecer os líderes da guerrilha esquerdista. O presidente equatoriano acrescentou que as Farc - que utilizavam o Equador como um ponto de abastecimento e zona de descanso - deveriam limitar sua luta política unicamente a Colômbia e não envolver os países vizinhos. "Não ponham nenhum pé em território equatoriano", disse, referindo-se aos rebeldes, que inclusive lhe felicitaram por suas vitórias eleitorais. Quito e Bogotá enfrentam uma crise diplomática desde o início de março, depois do ataque de militares colombianos a um acampamento guerrilheiro em território equatoriano, em que foi morto um líder das Farc, Raúl Reyes.
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