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Ingrid foi fria e distante, diz ex-marido sobre reencontro

Em livro apresentado hoje, Lecompte retrata 'frieza' da política depois de ser libertada pelas FARC

Por Efe
Atualização:

Juan Carlos Lecompte, ex-marido de Ingrid Betancourt, falou nesta quinta-feira, 28, sobre o "gélido" reencontro com a política colombiana, que foi refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) entre 2002 e 2008, e confirmou que só falou com ela durante meia hora desde o dia de sua libertação.

 

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Ainda cumprindo os trâmites do divórcio de Betancourt, Lecompte apresentou em Paris "Íngrid y yo, una libertad agridulce" ("Ingrid e eu, uma liberdade agridoce", em tradução livre), o livro onde descreve o frio encontro que teve com a política depois de seis anos e meio sem vê-la.

 

O ex-marido de Betancourt conta que 15 minutos antes do primeiro contato com ela após esse longo período, recebeu um telefonema no qual a sentiu "muito fria e distante", e que por causa disso se preparou para o pior.

 

"Falou comigo como se tivéssemos nos encontrado de manhã. Eu pensava que haveria um forte abraço, de três ou quatro minutos", disse Lecompte, que, no entanto, tentou conversar com ela nos dias posteriores.

 

No entanto, só conseguiu fazê-lo no dia seguinte e durante meia hora, quando Betancourt pediu "tempo e espaço", ao mesmo tempo em que o comunicou que ia para Paris com seus filhos.

 

"Eu queria um encontro de três ou quatro horas para saber o que aconteceu, como foi. Ela me dizia para que esperasse, mas nunca consegui falar com ela por duas horas pessoalmente", contou Lecompte, segundo quem atualmente já não há qualquer relação entre ambos.

 

"O amor por Ingrid morreu há um ano, em 14 de janeiro de 2009, quando meu pai morreu e ela não me deu pêsames, mas quis falar sobre o processo de divórcio", diz.

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O publicitário afirma não se arrepender de seus seis anos destinados a lutar pela libertação de Betancourt, mas admite que deveria ter se protegido mais, visto "o resultado final".

 

"Ela poderia morrer na selva, muitos sequestrados morreram em tentativas de resgate. Havia uma pequena possibilidade de voltar a estar juntos, e eu apostei nisso", raciocinou Lecompte, ao contar que viviam "um casamento muito bom" quando houve o sequestro.

 

Apesar de tudo, Lecompte diz que Betancourt "não tem culpa" pelo fim do casamento, o que atribui unicamente "ao sequestro, às Farc".

 

Além disso, o ex-marido da refém negou ter escrito o livro por ressentimento e disse que o fez para "limpar a alma e curar as feridas" e dar o ponto de vista de como "os que ficaram aqui" viveram o sequestro.

 

Ao falar do papel da mãe e da irmã de Betancourt durante todo o sequestro, Lecompte admitiu que "nunca, nem antes, nem depois", teve uma boa relação com elas.

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