
22 de abril de 2009 | 15h02
Michael Dwyer foi um dos três mortos pela polícia boliviana na semana passada. De acordo com o governo, os três pertenciam a uma gangue de "mercenários conhecidos" que planejavam o assassinato de Morales.
O ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Micheal Martin, disse que Dwyer não tinha ficha na polícia nem pertenceu ao Exército da Irlanda.
"O governo irlandês tem o direito legítimo de investigar os fatos sobre como um de seus cidadãos veio a ser morto pelas forças de segurança de outro Estado", afirmou Martin em um comunicado.
Autoridades bolivianas disseram que o "chefe da quadrilha" era o boliviano Eduardo Rozsa, que também pode ter tido passaportes húngaro ou croata, e lutou em movimentos separatistas durante as guerras nos Bálcãs.
Um cidadão romeno também foi morto no incidente.
"Evidências iniciais são suficientes para suscitar questões relacionadas à descrição dos eventos divulgada pelas autoridades bolivianas", afirmou Martin.
Ele também disse que Dwyer foi identificado e que imagens "pavorosas" do corpo foram expostas na mídia internacional antes que fosse feito um contato com diplomatas irlandeses.
"Quero deixar claro que a Irlanda não teve envolvimento nem tem simpatia por qualquer ação designada a desestabilizar a Bolívia ou ameaçar a segurança de seu presidente democraticamente eleito", afirmou ele.
Líderes oposicionistas da Bolívia condenaram na terça-feira os tiroteios ocorridos na cidade de Santa Cruz, no leste do país, um forte reduto da oposição, quando a polícia buscava prender o grupo.
Morales, que acusou seus rivais em Santa Cruz de organizar protestos violentos no ano passado, relacionou o suposto complô a oponentes de direita, que, segundo ele, buscam desestabilizar o governo. A oposição negou qualquer relação com o suposto complô.
(Reportagem de Andras Gergely)
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