O ministro da Defesa Nelson Jobim defendeu na sexta-feira, 15, no Rio, que os recursos da Missão de Paz Brasileira no Haiti (Minustah) sejam focados na reconstrução do país, e que a ONU administre as doações internacionais à nação caribenha. Ele também disse que as tropas precisam ficar por ao menos mais cinco anos no país. O Haiti foi abalado na terça-feira por um terremoto de 7 graus na escala Richter que causou ao menos 40 mil mortes, feriu 250 mil pessoas e deixou 16% dos habitantes do país (1,5 milhão de haitianos) desabrigados.
Vítimas brasileiras:
Multidão comparece a velório de Zilda Arns"Deixar o Haiti antes de cinco anos nem pensar. É tempo de repensar a missão de Paz e focar na reconstrução do país", declarou Jobim antes de se reunir com militares no Centro de Instrução para Operações de Paz, na Vila Militar em Deodoro, zona Oeste do Rio.
Jobim voltou a defender que a partir de agora os recursos previstos no orçamento da Minustah, que até agora se destinavam exclusivamente à área de segurança, passem a ser utilizados na reconstrução do Haiti, atingido pelo terremoto. Um dos pontos vitais no entendimento do ministro é a construção de uma usina hidrelétrica "que atrairia indústrias e geraria empregos".
O ministro ressaltou que as prioridades das autoridades no Haiti são a remoção de corpos e destroços na capital, Porto Príncipe. Ele solicitou ao presidente do Haiti, René Préval, a nomeação de um representante junto à ONU para gerenciar as doações que estão sendo feitas. "As doações muitas vezes não chegam por falta de alguém para administrar os recursos", explicou o ministro.Ao menos 14 militares brasileiros e três civis morreram no terremoto. Cinco oficiais da Missão de Paz estão desaparecidos.