Jovem de 18 anos morre baleado durante protesto na Venezuela; vítimas chegam a 109

Gustavo Villamizar foi morto na cidade de San Cristóbal, no oeste do país

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Por Redação
Atualização:

CARACAS - Um jovem de 18 anos morreu por um disparo de arma de fogo nesta sexta-feira à noite, 28, durante um protesto contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, dois dias antes da eleição da Assembleia Constituinte, segundo informações do Ministério Público nacional. 

A vítima, identificada como Gustavo Villamizar, foi morto na cidade de San Cristóbal, na Província de Táchira, no oeste da Venezuela, elevando a 109 o número de mortos relacionados direta ou indiretamente aos protestos contra Maduro, inciados em 1.º de abril. 

Segundo Ministério Público da Venezuela, mais de 100pessoas já morreram desde o início dos protestos contra o presidente Nicolás Maduro, há quatro meses Foto: Ronaldo Schemidt/ AFP

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Pelo menos oito pessoas morreram durante a greve geral de 48 horas convocada por lideranças contrários ao presidente, realizada entre quarta 26, e quinta, 27, sendo 5 no último dia. 

Opositores ao governo de Nicolás Maduro convocaram a população a realizar protestos em toda a extensão do país, em claro desafio ao presidente, que havia proibido manifestações que atrapalhassem a votação da Assembleia Constituinte, marcada para domingo, 30. 

"Fazemos um apelo ao povo da Venezuela para que estejam preparados para dias intensos de protestos nas ruas nesta sexta, sábado e domingo; para que todo o país mostre ao mundo que a Constituinte não tem qualquer legitimidade", disse à imprensa o dirigente Freddy Guevara, em nome da Mesa da Unidade Democrática (MUD).

"Convocamos para que ocupem as principais avenidas, as ruas, e para que fiquem lá até o final desta fraude", declarou o deputado Jorge Millán na mesma coletiva. 

Centenas de pessoas foram detidas durante esta nova ação de protesto, que consistiu no fechamento de empresas e foi acompanhada por uma greve de trabalhadores e o fechamento em massa de ruas com barricadas e outros objetos. Agentes da Polícia e da Guarda Nacional (Polícia militarizada) tentaram dissolver em vários pontos do país com bombas de gás lacrimogêneo quem fechava as ruas, que em alguns casos responderam com pedras e outros objetos. A Promotoria acusou os responsáveis das forças da ordem por supostas violações dos direitos humanos durante a contenção dos protestos e a promotora geral, Luisa Ortega, qualificou de "excessiva" a ação contra os manifestantes. 

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A MUD advertiu que, se o governo não voltar atrás com a Constituinte, depois da greve e do protesto de sexta-feira, "boicotará" a votação para eleger aos 545 constituintes que reformarão a Carta Magna e que dirigirão o país por tempo indefinido com faculdades absolutas.

No entanto, diante de uma multidão de apoiadores, no encerramento da campanha da Constituinte, Maduro reiterou que "chovendo, trovejando ou relampejando, a Constituinte acontecerá", apesar das pressões internas e externas.

Com setores da capital paralisados pela greve, Maduro convocou a oposição a iniciar um diálogo antes das votações de domingo da Assembleia Constituinte. 

"Proponho à oposição política venezuelana que abandone o caminho insurrecional (...) e que estabeleçamos nas próximas horas, antes da eleição e instalação da Assembleia Nacional Constituinte, uma mesa de diálogo", disse Maduro.

O presidente acrescentou que, se seus adversários não aceitarem cooperar, ele proporá aos constituintes que convoquem, "de maneira obrigatória, um diálogo nacional de paz com uma lei constitucional". "Vocês escolhem", afirmou Maduro, dirigindo-se à oposição. /AFP

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