21 de junho de 2012 | 17h14
Texto atualizado às 17h57
ASSUNÇÃO - O Senado paraguaio decidirá na sexta-feira, 22, se Fernando Lugo deve perder a Presidência do país como resultado do processo de impeachment ao qual está sendo submetido por conta do sangrento confronto entre policiais e camponeses que gerou uma crise em seu governo. O Senado se constituiu nesta quinta-feira em tribunal para o julgamento político do presidente e fixou o início do processo para as 18h locais (19h de Brasília) e a sentença para as 16h30 de amanhã (17h30 de Brasília).
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Cinco deputados foram designados e atuarão como promotores na sexta-feira. Lugo poderá comparecer para expor sua defesa em outra sessão extraordinária fixada para as 12h locais (13h de Brasília) e, no fim da tarde, às 17h30 (horário de Brasília), a decisão será informada.
Os promotores terão hoje uma hora e meia para apresentar sua acusação e 30 minutos para a alegação de amanhã, enquanto a Lugo foram concedidas duas horas para sua defesa e meia hora para alegações.
O "julgamento político" é o procedimento previsto pela Constituição do Paraguai para a cassação do presidente e outros altos cargos por mau desempenho em suas funções, entre outras causas.
Unasul
Os países da Unasul decidiram, em reunião emergencial, enviar uma missão de chanceleres para o Paraguai com a intenção de analisar a crise criada com a abertura do processo de impeachment.
De acordo com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, que fará parte do grupo, a missão tem o objetivo de garantir que sejam respeitadas a "instituição" e a "democracia" no Paraguai. Segundo o ministro, a missão também exigirá que seja "respeitado" o "direito de defesa" do presidente Lugo.
Impeachment
A Câmara dos Deputados paraguaia aprovou um processo de impeachment do presidente e o Senado pode aprovar decisão semelhante nas próximas horas. O presidente paraguaio Fernando Lugo telefonou para a colega brasileira Dilma Rousseff e outros presidentes do bloco, segundo uma fonte do governo brasileiro, para informar que não pretende renunciar e que já tomou as medidas necessárias para investigar a morte de 17 pessoas na última sexta, em uma desocupação de terras -motivo que levou à oposição a pedir seu afastamento.
Com informações da Reuters e da Efe
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