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Justiça argentina rejeita pedido de impugnação de Kirchner

Opositores afirmam que candidatura era fachada para governistas angariarem votos para legendas partidárias

Por Marina Guimarães
Atualização:

A Justiça argentina rejeitou nesta quarta-feira o pedido de impugnações das candidaturas a deputado do ex-presidente Néstor Kirchner, do governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, e do ministro chefe de Gabinete da Presidência, Sergio Massa. O pedido de impugnação foi feito pelos partidos de oposição, que acusaram os três candidatos de enganar a sociedade porque suas candidaturas seriam "fachada" para atrair votos para suas legendas partidárias.

 

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Pelo sistema eleitoral da Argentina, o voto é computado para a legenda partidária, que apresenta uma lista de candidatos. Os dois primeiros candidatos, chamados de "cabeças de chapa", são os que impulsionam os votos. Os candidatos que concorrem à eleição em 28 de junho, mas que não devem assumir, como o governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, o ministro chefe de Gabinete da Presidência, Sergio Massa e outros cerca de 40 prefeitos, são chamados de "testimoniales". Todos são alinhados com o governo e a legenda dos Kirchner, denominada Frente para la Victoria, e ocupam atualmente cargos executivos na metade de seus respectivos mandatos. No caso do ministro chefe de Gabinete da Presidência, Sergio Massa, já houve a renúncia ao cargo de prefeito do município de Tigre, para o qual ele foi eleito em 2007.

 

A estratégia eleitoral do governo argentino incluiu primeiro a antecipação do pleito legislativo em quatro meses e depois a invenção dos "candidatos testimoniales". Por causa da antecipação das eleições para 28 de junho, diminuiu o tempo para a oposição se estruturar.

 

A eleição em junho irá renovar metade dos deputados e um terço do Senado, além de Legislativos provinciais e municipais. A Justiça considerou "discriminatória" a observação de que os candidatos não vão assumir os cargos e, por isso, concluiu que "não se trata de um processo fraudulento". O presidente do partido Unión Cívica Radical, Gerardo Morales, e o jurista e político Ricardo Gil Lavedra, anunciaram que vão recorrer contra a decisão da Justiça.

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