Líder do narcotráfico pede 'diálogo' com presidente do México

Organização criminosa acusada de matar 12 agentes no início da semana diz que 'chegar a um consenso'

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Por Efe/AP
Atualização:

Um dos principais líderes do narcotráfico do México pediu, nesta quinta-feira, 16, para dialogar com o presidente do país, Felipe Calderón, um dia depois de ser acusado de comandar o assassinato de 12 policiais federais.

 

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Servando "La Tuta" Gomez - um dos chefes do chamado cartel da Família Michoacana e por quem é oferecida uma recompensa de US$ 2,2 milhões (cerca de R$ 4,5 milhões) por informações que levem a sua captura - fez um inédito convite para estabelecer um pacto com o presidente.

 

Nós queremos falar e queremos que alguém nos ouça, que nos ouça o presidente da república mexicana, o senhor Felipe Calderon", disse Gomez, por telefone, a um canal de televisão do Estado de Michoacan, onde opera sua organização criminosa.

 

"Isto (a guerra do narcotráfico) nunca vai acabar e queremos chegar a um consenso", completou o traficante, que assegurou ainda respeitar a Calderon e ao exército mexicano.

 

Um porta-voz da Procuradoria Geral da República afirmou à imprensa que tudo parecia indicar que a voz ouvida na ligação era mesmo de La Tuta.

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Sem concessões

 

Por seu lado, o ministro do interior do país, Fernando Gómez Mont, falando em nome da Presidência da República, disse que "o governo federal não dialoga, não faz pactos, nem negociará jamais com qualquer organização criminosa." A resposta foi dada horas depois da proposta supostamente feita pelo narcotraficante Servando Gomez.

 

O cartel dirigido por Gomez é responsabilizado pelas autoridades mexicanas de torturar e decapitar membros de organizações rivais - entre outras barbaridades - além de ter sido acusado de executar 12 agentes federais, na última terça-feira, em mais um capítulo da chamada guerra do narcotráfico atualmente em andamento no Estado de Michoacan.

 

A onda de violência já fez mais de 12.300 mortos desde dezembro de 2006, quando Calderon assumiu o governo e lançou ofensivas antidrogas em várias regiões do país.

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