Lobo discute com OEA mecanismos para Zelaya retornar a Honduras

Segundo presidente, países impedem reintegração de Honduras ao bloco por 'razões geopolíticas'

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Por AP e Efe
Atualização:

NOVA YORK- O presidente de Honduras, Porfirio Lobo, se reuniu nesta quarta-feira, 22, com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, para discutir "todos os mecanismos" possíveis para o retorno do ex-presidente Manuel Zelaya ao país.

 

"O mais fácil é que o presidente Zelaya nos autorize a defendê-lo", disse Lobo, que também afirmou como outra possibilidade discutida a de que a OEA "o conceda um jurista".

 

Segundo as leis hondurenhas, disse Lobo, Zelaya precisa autorizar que um advogado o defenda dos crimes pelos quais é acusado.

 

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"Ninguém vai prendê-lo (se ele regressar a Honduras), disso ele tem garantia. Então tenho a impressão de que ele não quer voltar no momento, porque se quisesse, já estaria lá", declarou Lobo a jornalistas.

 

Quando perguntado sobre a normalização das relações entre Honduras e países que ainda não reconhecem seu governo, Lobo disse que os laços "serão normalizados", e insistiu que seu governo "é totalmente legítimo". "O processo eleitoral não é derivado da crise política", defendeu.

 

Em entrevista a agência Efe, o presidente novamente sustentou que a oposição de alguns países latino-americanos a seu governo é "geopolítica". "Isso obedece a razões geopolíticas, não há razões objetivas do ponto de vista democrático".

 

Mesmo sem citá-los, Lobo estava se referindo aos países que integram a Aliança Bolivariana para as Américas (ALBA) e o Brasil, que ainda se opõem ao retorno de Honduras a OEA.

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O presidente está em Nova York para participar da Cúpula sobre os Objetivos do Milênio e da Assembleia Geral da ONU.

 

Um golpe de Estado derrubou o presidente Manuel Zelaya em 28 de junho de 2009, quando ele tentava aprovar uma consulta popular que, segundo seus opositores, abriria caminho para uma reforma Constitucional, algo vetado pelas leis de Honduras.

 

Zelaya foi enviado, sob a mira de fuzis, para a Costa Rica e Roberto Micheletti assumiu o governo. Honduras foi expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA) e, em 21 de setembro, Zelaya voltou clandestinamente a Honduras e buscou abrigo na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa.

 

Desde janeiro, o ex-presidente está na República Dominicana, na condição de hóspede distinto" graças a um salvoconduto concedido por Lobo.

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