12 de agosto de 2010 | 13h10
Em sua primeira mensagem desde que a enfermidade foi diagnosticada, Lugo afirmou também que está ansioso por retornar ao Paraguai e à sua rotina de trabalho. Ele está desde terça-feira no Brasil para novos exames que confirmaram o linfoma, que pode ser tratado, segundo especialistas.
O presidente não dá declarações em público desde que recebeu o diagnóstico, na semana passada, mas um de seus ministros disse à Reuters que ele está sereno e confiante em poder derrotar a doença e, ao mesmo tempo, governar. Político socialista, de 59 anos, Lugo acabou com mais de seis décadas de governo do Partido Colorado, de direita, quando assumiu a Presidência há dois anos.
"O processo de diagnóstico e tratamento por parte dos médicos do hospital tem sido excelente (...) dentro de poucas horas, ao retornar ao Paraguai, estarei na etapa fundamental deste processo, com todo o tratamento que minha doença requer", informou uma mensagem divulgada pela Presidência.
O anúncio da enfermidade causou preocupação diante da possibilidade de que ele não conseguisse terminar o mandato de cinco anos, em 2013.
"Consultei reiteradamente os médicos sobre em que medida a quimioterapia que estarão me aplicando nos próximos meses modifica minha trajetória como mandatário e todos me responderam reiteradamente que poderei realizar uma gestão normal, e isso me alivia", enfatizou Lugo na nota.
Os médicos do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, disseram esperar o resultado de exames complementares para dimensionar a extensão da doença e informaram que o presidente seria submetido nesta quinta-feira à sua primeira sessão de quimioterapia para tratar o linfoma.
O médico Frederico Costa, um dos que atendem o presidente, declarou à rádio paraguaia Ñandutí que os exames de imagens revelaram uma área que poderia estar comprometida na coluna lombar e que eles esperam os resultados de uma biópsia para iniciar o tratamento.
Costa disse que viajará com Lugo para Assunção para acompanhar sua reação à quimioterapia. Em princípio, o tratamento consistiria de seis sessões em um período total entre quatro e seis meses.
"Ele tem todas as condições de trabalho, tem todas as funções orgânicas intactas. Cremos que a quimioterapia será muito bem tolerada e isto não deve limitar nada que possa ter sua vida normal, suas responsabilidades", declarou.
(Reportagem de Daniela Desantis)
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