20 de junho de 2012 | 21h16
O mandatário, criticado por sua reação à violência ocorrida em uma fazenda no nordeste do Paraguai, convocou nesta quarta-feira a sua primeira entrevista coletiva em dois anos para anunciar a formação do grupo investigador que terá a intervenção da Organização dos Estados Americanos (OEA).
O anúncio foi feito entre renovadas ameaças de um impeachment contra Lugo, que não tem maioria no Congresso e se viu forçado a destituir seu ministro do Interior e o comandante da polícia pelo episódio violento ocorrido em uma região de fronteira com o Brasil.
"Neste acontecimento infeliz perdemos todos ... não é o momento de buscar nem pedir ganhos políticos de parte de ninguém, nem pessoas nem organizações, porque seria somente oportunismo político", disse o presidente.
Lugo explicou que os policiais, que tentavam conduzir uma desapropriação de terra ocupada por camponeses, foram "surpreendidos em meio a um protocolo de diálogo e negociação", lançando luz sobre o que aconteceu depois de várias versões conflitantes.
E acrescentou que havia indícios sobre a maneira de atuar de ambos os grupos e a utilização de armamento de alto calibre "que sugere a participação de forças de profissionais do crime", sem dar mais detalhes sobre o incidente, o mais violento das últimas duas décadas no país.
A comissão, que terá como tarefa um estudo completo e independente dos fatos, será formada pela sociedade civil e um representante da OEA.
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