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Lula diz esperar que Equador pague dívida com BNDES

Presidente defende a 'razão' do País diante do pedido de revisão do débito de Quito e do Paraguai

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Por João Domingos e Leonencio Nossa
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta sexta-feira, 19, a "razão" do Brasil na crise com o Equador, que levou a uma corte internacional sua dívida de US$ 243 milhões com o BNDES, e Paraguai, que defende a revisão de sua dívida pela hidrelétrica de Itaipu. Lula se reuniu com o presidente do Equador, Rafael Correa, e disse que o banco brasileiro, financiador da instalação de uma hidrelétrica naquele país, não tem culpa dos problemas com a obra. Veja também: 'Disputa com Brasil é só comercial', diz Correa Correa: Quito honrará parcela de dívida com BNDES Equador declara moratória de outra parte da dívida externa "O BNDES emprestou dinheiro, porque um órgão do Equador disse que podia financiar. Se for para processar, processe o órgão e a empresa construtora. O BNDES só repassou dinheiro", disse o presidente. Segundo Lula, uma das parcelas vence no dia 29 de dezembro, e ele disse que espera que ela seja paga. Lula disse também que recomendou a Correa, com quem disse ter uma boa relação, o pagamento da parcela e a volta da discussão com a construtora brasileira Odebrecht, responsável pela construção da hidrelétrica de San Francisco. O líder equatoriano alega que a Petrobras acionou o Equador no mesmo tribunal. Mas para o presidente Lula, são situações diferentes. Com relação ao presidente do Paraguai, Fernando Lugo, Lula recomendou que os ministros das relações exteriores, fazenda e de energia dos dois países se reúnam para encontrar uma solução sobre a tarifa paga pela energia de Itaipu. "Eu acho que o Brasil está certo, cumprindo rigorosamente o que foi acordado", afirmou Lula. No entanto, Lula assegurou que o País terá "paciência" com seus vizinhos porque se tratam de economias menores, e afirmou que é responsabilidade do Brasil ajudar no desenvolvimento regional. Sapatada Questionado sobre em quem jogaria os sapatos, numa referência ao episódio em que um jornalista iraquiano atirou seus sapatos contra o presidente norte-americano, George W. Bush, Lula disse que "não daria sapatada em ninguém." Ele acredita, porém, que a partir de agora haverá mais dificuldades para os repórteres, com a possível colocação de vidros entre os jornalistas e os entrevistados. Os seguranças, brincou, deverão exigir também sapatos mais "cheirosos e leves", para não machucar ninguém. Lula brincou também ao dizer que acha que os entrevistados "têm direito de dar sapatada, também, em quem fizer pergunta tola." Lula afirmou que o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, deve agir em três frentes rapidamente, "para não ser engolido pela máquina." A primeira delas seria ajudar os países da América Latina, porque "se eles crescerem haverá mais emprego e com isso diminuirá a migração para os Estados Unidos." Outra frente seria mudar a política com o Oriente Médio. Para o presidente, "do jeito que está, nunca haverá paz." Isto porque, segundo ele, "o Hamas não senta na mesa de negociações, e por isso nunca vai obedecer o que for acordado." A terceira frente seria apoiar o crescimento no mundo. Para Lula, os Estados Unidos deveriam ajudar todos a crescerem, "porque assim diminuirá a pressão contra eles."

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