O presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou nesta terça-feira, 7, o "golpe de Estado" que tirou o governo de Honduras do deposto presidente do país, Manuel Zelaya, e defendeu uma resposta dura e estrita contra seus autores. "É preciso ser muito duros, muito estritos, não podemos admitir sob nenhum conceito que alguém se ache no direito de poder derrubar um governo legitimamente eleito pelo povo", disse o presidente em Paris, em entrevista à emissora de rádio France 24.
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A América Latina, acrescentou Lula, já sofreu "demais" com os golpes de Estado nos anos 60 e agora "não vamos permitir que isso ocorra de novo". No caso concreto do que está ocorrendo em Honduras, Lula deixou muito claro que "o Brasil condena o golpe de Estado" do novo governo hondurenho.
Após perguntar "qual o crime que Zelaya cometeu", o presidente disse que se pode colocar um plebiscito para que os cidadãos se pronunciem, mas o que não se pode fazer, insistiu, é "solucionar um problema com um golpe de Estado". "É preciso respeitar a participação popular", acrescentou.
Sua condenação ocorre um dia depois de ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, que acompanha Lula na visita à França, fazer uma chamada aos "golpistas" de Honduras para que permitam que o deposto presidente retorne ao país.