
30 de novembro de 2011 | 16h08
Líderes políticos locais querem que o presidente Ollanta Humala impeça a construção da mina de ouro. Eles afirmam que o maior investimento em mineração da história do Peru substituirá uma série de lagos alpinos com reservatórios artificiais e causará poluição.
Na noite de terça-feira, a Newmont e o governo suspenderam a obra temporariamente depois que 30 pessoas ficaram feridas quando a polícia disparou balas de borracha, gás lacrimogêneo e ao menos duas séries de balas reais contra os manifestantes. O governo pediu que os dois lados negociem um acordo, mas enfrenta resistência.
"Exigimos que o governo emita um decreto legal cancelando o projeto", disse à Reuters Wilfredo Saavedra, da Frente de Defesa Ambiental de Cajamarca. "Continuaremos nosso protesto. Queremos ver a mineradora retirar seu maquinário da área."
Gregório Santos, que é presidente da região de Cajamarca e ajudou a liderar o protesto que está em seu sétimo dia seguido, afirmou que a mina precisa desaparecer.
O impasse do projeto Conga transformou-se no maior teste já enfrentado por Humala, um ex-oficial militar de esquerda que se reinventou como um moderado para vencer a eleição em junho.
Se a mina acabar sendo construída, a obra solidificará a reputação de Humala como amigo dos grandes negócios capaz de garantir estabilidade para os 50 bilhões de dólares em projetos de mineração e petróleo.
Caso o projeto seja interrompido, porém, ele poderá fortalecer os grupos de esquerda que dizem que Humala guinou muito para a direita.
"A esquerda radical sente que ganhou terreno em Cajamarca", disse o parlamentar Luis Iberico à TV local.
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