Manuel Zelaya e governo de facto aceitam reunião, diz OEA

Presidente deposto de Honduras cogita abrir mão de Constituinte se Micheletti revogar estado de sítio

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Por Agência Estado e Associated Press
Atualização:

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, e representantes do governo empossado depois do golpe militar que o derrubou em 28 de junho concordaram nesta segunda-feira, 2, em se reunir na próxima semana para buscar uma solução negociada para a crise, informou um representante da Organização dos Estados Americanos (OEA).

 

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Antes do anúncio, Zelaya disse a um emissário que está disposto a negociar e a ceder em sua aspiração de convocar uma Assembleia Constituinte se isso levar a uma saída da crise política. A condição para esta decisão é que o governo interino revogue o estado de sítio no país.

 

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Ainda nesta sexta, desembarcou no país centro-americano uma missão avançada da OEA que busca preparar a visita de uma comissão de chanceleres e do secretário-geral da organização, José Miguel Insulza, que deve chegar a Honduras no dia 7 de outubro. A missão que chega hoje ao país é encabeçada pelo secretário de assuntos políticos da OEA, Víctor Rico.

 

Carlos Eduardo Reina, líder da Frente Nacional de Resistência contra o Golpe de Estado, que está com Zelaya dentro da embaixada brasileira, disse nesta sexta-feira à rádio HRN que "estamos prontos para negociar, para o diálogo, mas o governo de facto deve, antes disso, suspender as restrições aos direitos civis."

 

Outro líder da Frente, Juan Barahona, disse desconhecer a existência de uma proposta particular de conversação, embora tenha destacado que Zelaya sempre esteve disposto ao diálogo. "Para iniciar um diálogo franco e em ambiente sincero, é preciso primeiro devolver os direitos e desmilitarizar a cidade", afirmou.

 

"Parece que estamos em guerra", disse ele à agência Associated Press em referência à forte presença da polícia e de militares nas concentrações a favor de Zelaya. Micheletti se reuniu ontem com representantes do setor empresarial e com magistrados para discutir as implicações do decreto e disse que vai revogá-lo no "momento oportuno."

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