Menem é absolvido em caso de tráfico de armas

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O ex-presidente argentino Carlos Menem foi absolvido na terça-feira das acusações de tráfico de armas para a Croácia e o Equador na década de 1990. Menem, hoje um frágil senador de 81 anos, governou a Argentina durante dez anos, período que ficou lembrado por reformas neoliberais e por casos de corrupção. Ele sorriu ao ouvir o veredicto de "inocente" proferido para ele e outros 17 réus, inclusive seu ex-cunhado e assessor Emir Yoma. O julgamento durou quase três anos, período em que o ex-presidente sempre se declarou "completamente inocente", dizendo não ter ideia de como os carregamentos de armas autorizados por ele para a Venezuela e o Panamá teriam sido desviados para países que na época estavam sob embargos armamentistas. A Argentina estava proibida de vender armas para Quito porque foi um dos países garantes no conflito de 1995 entre o Equador e o Peru. Já as exportações de armas para a Croácia estavam internacionalmente vetadas durante as guerras de 1991 a 1995 que levaram à desintegração da Iugoslávia. "Este veredicto reflete a letra da lei, pelo menos da lei que eu estudei na universidade", disse a jornalistas o ex-ministro da Defesa Oscar Camilion, também réu no processo, ao deixar o plenário. Durante seu governo (1989-99), Menem era conhecido pelo estilo de vida ostentatório, e depois de deixar o cargo se casou com uma ex-miss Universo com a metade da sua idade na época. As políticas exercidas por ele - que incluíram a privatização da Aerolíneas Argentinas e da petrolífera YPF - são hoje muito malvistas pelos argentinos, que consideram Menem como culpado pela devastadora crise econômica de 2001/02. Em entrevista concedida à Reuters em 2001, o irmão dele, Eduardo, disse que a detenção de Menem pela acusação de tráfico de armas foi armada por rivais que desejavam "apagá-lo do mapa político". (Reportagem de Helen Popper)

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