O governo de facto de Honduras, presidido por Roberto Micheletti, deu 72 horas para que a toda a missão diplomática da Venezuela em Tegucigalpa deixe o país, informou a vice-ministra das Relações Exteriores hondurenha, Martha Lorena Alvarado. A ministra disse a jornalistas que a medida é uma resposta às "ameaças" que a Venezuela "fez a Honduras". Ela também não descartou o "uso de força" e frisou que o governo do venezuelano Hugo Chávez "se intrometeu em assuntos exclusivos de Honduras."
Veja também:
Líder deposto pede ação da ONU e EUA em Honduras
Brasil suspende projetos de ajuda a Honduras
Entenda a origem da crise política em Honduras
Perfil: Eleito pela direita, Zelaya fez governo à esquerda
Ficha técnica: Honduras, um país pobre e dependente dos EUA
A Venezuela "desrespeitou nossa soberania", afirmou Alvarado, que deixou claro que o prazo de 72 horas começou a correr às 12h desta terça-feira, 21, (15h de Brasília). O primeiro-secretário da embaixada da Venezuela em Tegucigalpa, Ariel Vargas, confirmou à Agência Efe que a missão diplomática foi notificada pelo "governo de facto de que deve deixar o país."
O funcionário acrescentou que na representação da Venezuela em Tegucigalpa só há dois diplomatas e que hoje mesmo eles informaram o governo venezuelano da decisão das novas autoridades hondurenhas. "Já enviei essa informação a Caracas e estou esperando instruções", afirmou Vargas.
A nova vice-chanceler hondurenha disse que, de maneira respeitosa, pediu à embaixada da Venezuela "a retirada de todo o pessoal diplomático, administrativo, técnico e de serviço" num prazo de 72 horas. Ela acrescentou que Honduras está fazendo o mesmo com o pessoal de sua embaixada em Caracas. Segundo Alvarado, a medida anunciada nesta terça é lamentável, porque entre os povos de Honduras e Venezuela sempre existiram "vínculos muito estreitos."