
30 de outubro de 2009 | 22h05
O presidente de fato de Honduras, Roberto Micheletti, disse nesta sexta-feira, 30, que tem certeza de que o presidente deposto, Manuel Zelaya, iniciará uma campanha de "perseguição política" contra ele se o Congresso aprovar sua restituição.
"Estamos totalmente seguros de que (Zelaya e sua gente) vão empreender uma campanha de perseguição", afirmou Micheletti, em declarações à rede de televisão CNN.
O governante de fato admitiu após quatro meses de pressões internacionais a possibilidade de que Zelaya retorne ao poder se o Congresso assim o decidir, segundo um acordo assinado nesta sexta-feira, 30.
"Mas não tenho nenhum cuidado, nenhum medo, o que fizemos foi emoldurado dentro da Constituição literalmente", declarou.
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Micheletti explicou que "enquanto não haja uma regra política como Deus quer" e não se nomeia um novo presidente, se sente na obrigação de continuar no poder.
No caso de o Legislativo decidir se Zelaya deve voltar à chefia de Governo, assegurou que se retiraria porque os legisladores já nomearam um novo presidente do Congresso, cargo que ele ocupava antes de ser nomeado governante interino. "Eu vou embora para casa trabalhar em coisas do negócio", acrescentou.
No entanto, negou que planeje se retirar da política e adiantou que, quando surgir um novo líder nas eleições do dia 29 de novembro, se colocará a sua disposição.
"Nós, em 29 de novembro, vamos escolher um novo presidente, eu vou cumprimentá-lo, buscar a forma de contribuir no que eu puder", afirmou.
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