Micheletti responde com reciprocidade contra o crescente cerco diplomático

Honduras decidiu suspender os acordos sobre isenção de vistos em passaportes correntes, diplomáticos, oficiais ou de serviço" com o Brasil

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Atualização:

O atual chefe do Governo de Honduras, Roberto Micheletti segue respondendo com reciprocidade ao crescente cerco diplomático internacional imposto com o propósito de restituir o deposto presidente Manuel Zelaya, tirado do poder e do país no último dia 28 de junho.

 

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O Brasil se uniu nesta quinta-feira ao cerco diplomático que vários países dos continentes americano e europeu impuseram à Micheletti com a decisão de suspender a partir de sexta-feira os acordos de vistos com Honduras.

 

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou em Brasília, mediante nota oficial, que a suspensão se aplicará a todos os cidadãos hondurenhos, incluídos os diplomatas, mas não afetará os que já estejam nesse país.

 

Em Tegucigalpa, o Ministério hondurenho de Relações Exteriores disse em comunicado que, "em aplicação do princípio da estrita reciprocidade, decidiu suspender os acordos sobre isenção de vistos em passaportes correntes, diplomáticos, oficiais ou de serviço" com o Brasil.

 

Portanto, "todo portador de passaporte brasileiro requereria, a partir de hoje, de um visto para ingressar a Honduras", medida que não afetará que residem legalmente no país, assinalou.

 

Brasil também mantém em suspenso todos os programas de cooperação com Honduras, de onde também retirou seu embaixador. A decisão aconteceu no mesmo dia em que os Estados Unidos congelou sua ajuda econômica ao regime de Micheletti e anunciou que suspenderá vistos a membros do Governo hondurenho e pessoas afines.

 

Estados Unidos suspendeu na semana passada os trâmites de novos vistos para hondurenhos em sua embaixada em Tegucigalpa, exceto para casos de emergência.

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A pedido de Zelaya, vários países retiraram as credenciais aos embaixadores de Honduras porque aceitaram ao Governo de Micheletti. Dia 13 de agosto, Argentina desconheceu à embaixadora hondurenha, Carmen Ortez, e ordenou a saída do pessoal diplomático da embaixada de Honduras em Buenos Aires.

 

Uma semana depois, a Chancelaria hondurenha aplicou uma medida similar à representação argentina em Tegucigalpa. Uruguai e Paraguai também retiraram seus respectivos beneplácitos a Ortez, quem era embaixadora concorrente nesses países.

 

Chile retirou o 12 de agosto os credenciais ao embaixador hondurenho, Francisco Martínez, quem tinha feito declarações favoráveis ao Governo de Micheletti.

 

O 19 de agosto Espanha retirou as credenciais, privilégios e imunidade diplomática do embaixador hondurenho, Eduardo Martell, e lhe ordenou sua saída do país.

 

Um dia antes Costa Rica tinha anunciado a retirada das credenciais da embaixadora de Honduras, Koritza Suazo. Apesar destas e outras sanções diplomáticas e econômicas, Micheletti reiterou que não dará "nem um passo atrás" em seu Governo e que só entregará o poder no dia 27 de janeiro de 2010 ao presidente que vença das eleições de 29 de novembro.

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