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Mina da Codelco aumenta produção, mas violência cresce

Por ALONSO SOTO
Atualização:

Uma greve de três semanas na quinta maior mina de cobre do mundo, a chilena El Teniente, vai prejudicar a sua futura produção, disse o CEO da Codelco nesta segunda-feira, enquanto novos protestos violentos aumentaram a possibilidade de uma parada prolongada. A Codelco , dona da mina, sofre para normalizar a produção na maior operação subterrânea do mundo depois de ter reduzido o ritmo de exploração há mais de uma semana por conta de violência de funcionários demandando maiores salários. A mina, que produz 404 mil toneladas por ano, estava atuando com 73 por cento da sua capacidade nesta segunda-feira, conforme mais empregados conseguiam ter acesso à mina, disse a empresa. A greve se enfraqueceu depois que milhares de funcionários saíram, mas casos esporádicos de violência surgiram novamente na segunda-feira na cidade de Rancagua, depois que manifestantes atiraram pedras contra um ônibus e a polícia disse que prendeu 15 pessoas, incluindo o proeminente líder Jorge Peña. As negociações entre os funcionários remanescentes e os empregadores não foram reiniciadas nesta segunda-feira por conta dos casos de violência. "Nós vamos perder produção futura", disse à Reuters o CEO da Codelco, Diego Hernández, em um fórum sobre mineração na cidade de Antofagasta, coração da mineração no Chile. Hernández disse que na semana passada a empresa perdeu 7 mil toneladas de cobre por conta do protesto. A mineradora estatal deve voltar a produzir na capacidade máxima no final de semana. "Produção em 70 por cento é impossível", disse Juan Meneses, chefe do maior sindicato de El Teniente, acrescentando que as operações só se recuperariam depois que outros funcionários voltassem para a mina. Em um comunicado na semana passada, a Codelco disse que a nova onda de violência estava impedindo que 6 mil funcionários contratados, mais da metade do total, retornassem ao trabalho depois de assinarem contratos com novos salários. Os líderes dos protestos negaram que tantos funcionários abandonaram a greve, mas reconheceram que centenas voltaram ao trabalho. A El Teniente emprega mais de 10 mil pessoas, a maioria no suporte de operações além da produção, como reforçando paredes dos túneis, consertando maquinário e distribuindo comida, enquanto a equipe de 4 mil mineradores se foca diretamente na produção.

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