SANTIAGO- Os 33 mineiros resgatados em uma mina no norte do Chile abrirão um processo contra a empresa San Esteban, dona do local onde ficaram presos por mais de dois meses, e entidades públicas envolvidas na reabertura da mina em 2008, informou o advogado do grupo nesta quinta-feira, 20.
Edgardo Reinoso disse a jornalistas que os mineradores decidiram entrar com ações não somente contra a San Esteban, mais também contra o Serviço Nacional de Geologia e Mineração (Sernageomin) e a Direção do Trabalho, que permitiram a reabertura da mina em 2008, mesmo sem ela contar com todas as condições de segurança necessárias.
A decisão do grupo, segundo o advogado, se baseia em declarações da ministra do Trabalho, Camila Merino. A funcionária teria dito que o governo tinha antecedentes "de que a mina não deveria ter sido reaberta".
Hoje, o mineiro Juan Illanes, terceiro a ser resgatado pela cápsula Fénix 2, deu sua versão sobre o acidente de 5 de agosto à justiça chilena. Ontem, quem depôs foi Luis Urzúa.
O objetivo dos interrogatórios é esclarecer a responsabilidade da San Esteban no desabamento e confirmar a versão dos trabalhadores de que eles teriam pedido para sair da mina três horas antes do acidente, mas que os administradores da mina não os permitiram deixar o local.
Leia ainda:Ao menos cinco mineiros têm problemas de alcoolismo, diz médico