Ministro Celso Amorim promete perdão de dívida para o Haiti

Chanceler canadense também afirmou que poderá perdoar conta haitiana estimada em US$ 1 bi

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Por Patrícia Campos Mello
Atualização:

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou ontem que o Brasil vai perdoar a dívida do Haiti, se for necessário. "Se for necessário perdoar, perdoaremos", disse Amorim, que afirmou não ter feito um levantamento do valor da dívida ainda. O ministro está em Montreal participando da Conferência Ministerial Preparatória sobre o Haiti. A ministerial é uma preparação para a grande conferência de doadores que vai se realizar na República Dominicana em março ou abril.

 

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O Banco Mundial decidiu abrir mão de receber qualquer pagamento da dívida do Haiti nos próximos cinco anos e pretende cancelar o restante da dívida do país caribenho. A dívida do Haiti junto ao Banco Mundial, que é isenta de juros, é de US$ 38 milhões.

 

O chanceler canadense, Lawrence Cannon, disse no domingo que deve ser discutido o perdão à dívida haitiana, estimada por grupos humanitários em pouco mais de 1 bilhão de dólares. "Acho que é certamente algo que será considerado entre as diferentes opções disponíveis", afirmou.

 

O Clube de Paris, que reúne países credores, disse nesta semana que vai acelerar o processo do perdão da dívida e pediu a Taiwan e Venezuela, dois grandes credores do Haiti que não são parte do Clube, que façam o mesmo. A dívida haitiana com o grupo era de US$ 62 milhões.

 

Em relação a aceitar a imigração de haitianos para o Brasil, como está sendo discutido nos Estados Unidos (um aumento nos vistos de trabalho para haitianos), Amorim foi mais cauteloso. "Temos uma posição muito aberta, mas no caso do Haiti, um dos riscos é que a população jovem, que pode ajudar a reconstruir o país, também emigre. Isso não seria bom, seria uma fuga de cérebros e braços."

 

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