Missão denuncia violações de direitos humanos em Honduras

Grupos citam 'prisões arbitrárias, execuções extrajudiciais e restrição à liberdade de expressão' após golpe

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Em Honduras foram registradas "violações graves e sistemáticas" dos direitos humanos depois do golpe de Estado de 28 de junho, anunciou nesta quinta-feira, 23, uma missão internacional integrada por representantes de diferentes organismos. Entre os abusos, o grupo denunciou execuções extrajudiciais durante o toque de recolher noturno, pressões contra veículos de imprensa e jornalistas críticos ao presidente de facto, Roberto Micheletti, e a "suspensão dos direitos fundamentais dos hondurenhos", segundo a agência France Presse.

 

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A missão de 15 membros é formada por delegados da Federação Internacional dos Direitos Humanos, do Centro pela Justiça e Direito Internacional, Serviço Paz e Justiça e outras entidades. "A missão identificou a existência de graves violações aos direitos humanos ocorridas no país após o golpe de Estado", afirmou Enrique Santiago, da Federação de Associações de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos da Espanha.

 

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Ele citou uma "centena de prisões arbitrárias, múltiplas ameaças e restrição à liberdade de expressão e informação". O comissário dos Direitos Humanos de Honduras, Ramón Angel Custodio, apoiou com entusiasmo o governo de Micheletti e negou as denúncias. O próprio líder de facto já negou que seu governo viole os direitos humanos e convidou instituições para que visitassem o país.

 

No informe de 14 páginas da missão internacional, são mencionados quatro assassinatos por motivações aparentemente políticas e um de natureza homofóbica. A estas mortes se soma a de Isis Murillo, jovem morto por soldados em 5 de julho, durante uma manifestação pró-Manuel Zelaya, presidente deposto de Honduras, quando ele tentava regressar ao país.

 

"Recebemos denúncias, e também constatamos (...) ameaças de morte contra jornalistas, bloqueio de suas transmissões, interceptação telefônica e bloqueio do acesso à internet", acrescentou Santiago. Zelaya foi deposto e expulso do país por militares no dia 28 de junho, sob a alegação de que ele pretendia mudar a Constituição hondurenha para promulgar um referendo sobre um segundo mandato, o que é proibido.

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