
13 de setembro de 2008 | 19h16
O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou hoje que não estenderá o estado de sítio a outras regiões do país se os opositores autonomistas interromperem seus ataques contra as instituições estatais e as infra-estruturas energéticas. "Se os governadores devolverem as instituições do Estado, se deixarem de atentar contra os gasodutos e as refinarias, que são patrimônio do povo, não há por que pensar em ampliar o estado de sítio", afirmou Morales em entrevista coletiva com correspondentes estrangeiros. O Governo boliviano decretou nesta sexta-feira o estado de sítio em Pando pela situação de "violência transbordada" e o "massacre", segundo as expressões do Executivo, registrados nas proximidades da capital desse departamento, Cobija, onde pelo menos 16 pessoas morreram. "Este estado de sítio é para defender a vida, para defender o povo que foi massacrado. É um crime de lesa-humanidade", disse o governante. Ele explicou que advogados especialistas em direitos humanos advertiram de que se não declarasse o estado de sítio na região, poderia ser "processado com julgamento de responsabilidades". Morales responsabilizou diretamente o governador regional de Pando, o opositor Leopoldo Fernández, pelas mortes nessa região. "O que aconteceu em Cobija com metralhadoras, sicários e traficantes brasileiros e peruanos operando sob o comando do governador regional de Pando é muito grave", afirmou, e acrescentou que o Governo "nunca" deu a ordem a militares ou policiais para usar armas de guerra nestes protestos. A Bolívia se encontra imersa em uma onda de protestos que, desde terça-feira passada, gerou uma espiral de violência, cujo momento mais grave ocorreu há dois dias em Pando (norte). A origem destes protestos é a exigência das regiões opositoras de que seja restituída uma receita petrolífera que o Governo cortou em janeiro para pagar uma ajuda direta aos idosos.
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