Morales processa jornal que o relacionou a caso de corrupção

Matéria denunciando possível relação do presidente boliviano com contrabando gerou desconforto no governo

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Atualização:

O presidente da Bolívia, Evo Morales, entrou com uma ação contra o jornal La Prensa, que em dezembro relacionou-o a um suposto caso de corrupção ocorrido no departamento de Pando (norte), informa a imprensa local neste domingo, 22.

 

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O vice-ministro de Coordenação com os Movimentos Sociais, Sacha Llorenti, disse que a decisão de Morales de ir à Justiça se baseou no fato de o La Prensa ter "publicado manchetes que, primeiro, não tinham conexão nem relação com o conteúdo, e que, além disso, mentiam, enganavam e eram tendenciosas".

 

"No marco da Lei de Imprensa, o que se faz é apresentar uma denúncia, e isso é o que foi feito", disse Llorenti, citado pelo jornal El Deber, que pertence ao mesmo grupo de comunicação que o La Prensa.

 

"Evo negociou sinal verde com contrabandistas" foi a manchete do La Prensa que, em 9 de dezembro, deixou Morales bastante irritado, a ponto de o presidente ter submetido um jornalista do veículo ao que diversas instituições consideraram uma "humilhação".

 

Numa ocasião, Morales interrompeu um discurso no Palácio do Governo, chamou o jornalista em questão e entregou-lhe documentos que, segundo disse, provavam que ele não tinha negociado com contrabandistas de Pando.

 

Na época, o presidente foi criticado por ter constrangido o repórter, que sequer havia escrito a notícia.

 

Em sua edição deste domingo, o jornal La Prensa ratifica o publicado em dezembro e afirma que sua reportagem estava "devidamente sustentada" em duas cartas enviadas a Morales por comerciantes considerados contrabandistas.

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O chefe de redação do jornal, Carlos Morales, afirmou que o processo do presidente é parte de "uma ofensiva para aplacar a imprensa escrita e os meios de comunicação", e também para "silenciar as denúncias sobre atos de corrupção".

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