Morales propõe diálogo para resolver tensão política na Bolívia

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Por CARLOS ALBERTO QUIROGA
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O presidente boliviano, Evo Morales, fez na quinta-feira um novo apelo ao diálogo com partidos e líderes regionais oposicionistas, para tentar resolver a tensão em torno da nova Constituição e da renda mínima para idosos.    Bolivianos fecham fronteira com Brasil em protesto contra Evo Morales, que não teve sucesso em tentativas anteriores de negociação, pediu aos líderes da Assembléia Constituinte que busquem o consenso entre todos os partidos sobre a nova Carta, aprovada preliminarmente no fim de semana pela bancada governista. "Esperamos que essas pessoas [da oposição] façam uma profunda reflexão para juntos apostarmos na Bolívia", afirmou ele a jornalistas no palácio presidencial, criticando o "duplo discurso" dos líderes regionais, "que falam de unidade e gritam independência, falam de democracia e chamam à desobediência". A oposição ainda não reagiu. Mas na quarta-feira, ao final de uma greve geral de um dia, os dirigentes das regiões oposicionistas afirmaram estar dispostos a dialogar caso Morales abandonasse suas "condutas ditatoriais". Os adversários do governo rejeitam --às vezes no Congresso, às vezes com greves regionais-- quase todos os planos políticos e econômicos do governo de Morales. O líder popular Waldo Albarracín também fez um "apelo urgente" ao diálogo nacional, enquanto a Igreja Católica convocou para um minuto de oração na sexta-feira pela paz e a unidade do país. Embaixadores europeus deixaram uma reunião com Morales oferecendo ajuda para resolver a crise no país. Morales disse que os governadores que aderiram à greve de quarta-feira, em cinco dos nove Departamentos, são os mesmos que recusaram a participar em outubro de um diálogo sobre a polêmica aposentadoria universal. A partir da próxima segunda-feira alguns dirigentes iniciam uma greve de fome contra a redução dos repasses às regiões -- verba que será usada no pagamento dos idosos, segundo a lei sancionada na quarta-feira por Morales. A oposição boliviana já anunciou o "desacato" à nova Constituição, que deve ser aprovada até o dia 14 pela Constituinte para em seguida ser submetida a referendo.

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