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Morales retorna emocionado a capital boliviana e pede união

Por DIEGO ORÉ
Atualização:

O presidente da Bolívia, Evo Morales, retornou emocionado à capital constitucional da Bolívia na quinta-feira após dois anos de duros embates com líderes regionais. Ele pediu união e garantiu estar pronto para enfrentar em dezembro uma candidatura única da oposição. Uma multidão de manifestantes, principalmente camponeses, festejou Morales e transformou em celebração proselitista um desfile em comemoração à independência nacional na cidade de Sucre, depois que o governante de origem indígena pronunciou uma mensagem ante o Congresso Nacional. Gritos de "Evo amigo, Sucre está contigo" se sobrepuseram às marchas militares que acompanharam o desfile, que transcorreu em meio a fortes medidas de segurança. O evento marcou um contraste com as mobilizações de oposição com nuances racistas que nos dois anos anteriores impediram a chegada de Morales ao que foi um dos baluartes de sua primeira vitória eleitoral em 2005. O mandatário, que tentará a reeleição em 6 de dezembro, pediu por união em um discurso de menos de uma hora na frente do Congresso, no ato principal em comemoração aos 184 anos de independência boliviana. "O melhor que podemos fazer em homenagem a esta Pátria é todos nos unirmos, nos juntarmos e pensarmos de forma igual pelos bolivianos e bolivianas (...) ainda que sempre haverá diferenças," disse Morales, emocionado, prometendo aprofundar as mudanças promovidas para estatizar a economia e conferir mais poder à maioria indígena. A prefeita e a administradora de Sucre, de oposição, apesar de terem dito que não compareceriam, por fim assistiram à sessão do Congresso em sinal de aproximação a Morales, impulsor de uma recente mudança constitucional pela qual a Bolívia deixou de ser República para definir-se como Estado Plurinacional. A quatro meses das eleições de dezembro, Morales pediu que a oposição trabalhe com propostas políticas em vez de buscar a desestabilização do "processo de mudança", o qual assegurou "não ter marcha à ré".

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