Uma mulher que no início deste mês tinha desistido de uma demanda de paternidade contra o presidente do Paraguai, o ex-bispo católico Fernando Lugo, retomou nesta sexta-feira, 19, o processo na Justiça, informou seu advogado.
Hortensia Morán, uma das mulheres que tinha entrado com ação judicial para reconhecimento de paterninade contra Lugo e que, no último dia 2 desistiu do processo, fez nesta sexta uma nova denúncia contra o líder na comarca do município de J. Augusto Zaldívar, nos arredores de Assunção, informou à imprensa o advogado da mulher, Rodrigo Aguilar.
Aguilar afirmou que Morán retomou esse processo, supostamente, porque o presidente faltou ao compromisso verbal de reconhecer a paternidade do filho da mulher, Juan Pablo, de dois anos de idade, e de pagar a pensão alimentícia.
A desistência inicial de Morán foi apresentada perante o juiz Osvaldo Cáceres. O magistrado afirmou na ocasião que antes de emitir uma resolução sobre o assunto tinha de notificar o Juizado do Menor e o réu.
Hortensia Morán, de 40 anos, anunciou em 22 de abril de 2009 que seu filho era fruto de uma relação com o ex-bispo antes de ele chegar à Presidência.
Apesar de ter afirmado que não tinha intenções de apresentar nenhuma reivindicação judicial, em 4 de novembro desse ano ela se uniu a outras duas mulheres que também alegam ter filhos de Lugo.
Morán, professora e diretora de uma creche social em Capiatá, a 30 km de Assunção, colaborou durante a campanha eleitoral em uma dos grupos de esquerda que apoiou a candidatura presidencial de Lugo.
Sua denúncia foi inicialmente negada pelo presidente, que posteriormente, em 16 de dezembro passado, notificou à Justiça que aceitava se submeter a um exame de DNA para determinar se é o pai da criança.
O caso de Morán tinha se somado ao de Viviana Carrillo, mãe de Guillermo Armindo, menino que já foi reconhecido como filho pelo presidente e que nasceu em 4 de maio de 2007, cinco meses depois que Lugo deixou a Igreja para se dedicar à política.
O líder enfrentava outro processo apresentado também em abril de 2009 por Benigna Leguizamón, garota de 27 anos com poucas condições financeiras, que em 17 de dezembro desistiu do processo e agora vive em uma casa melhor de Ciudad del Este.